domingo, junho 01, 2008

D. João VI no Correio Braziliense


O Correio Braziliense é o jornal mais importante de Brasília e veio com uma série de matérias comemorativas dos seus 200 anos... ou dos 200 anos do primeiro jornal do brasil, chamado de Correio Braziliense. Vou estar postando toda a série aqui. Esta é a primeira.

Há 200 anos...
D. João VI muda política nacional

Edson Luiz
Da equipe do Correio

A chegada da família real ao Brasil, em maio de 1808, foi talvez o acontecimento mais marcante do século 19 e o começo de uma nova era para o país. Até então, não passávamos de uma colônia atrasada e sem força política, mas que dava bons dividendos econômicos aos dominadores. Com a vinda de D. João VI e sua comitiva, incluindo sua mulher Carlota Joaquina, o Rio de Janeiro, principalmente, mudou. A sociedade e a política do país se transformaram. Tanto que, 14 anos depois, seria proclamada a Independência do país.

A construção da nova história política brasileira teve um protagonista de além-mar: Napoleão Bonaparte, o imperador da França. Para ampliar o poder na Europa, focou as atenções em outras nações, e uma delas foi Portugal, que tinha que escolher entre se aliar aos franceses ou aos ingleses. Preferiu ficar com o segundo, decidindo não fechar os portos para o comércio com os britânicos, como determinara Napoleão.

Com a escolha, Portugal perdeu um apoio importante, a Espanha, país governado pelo pai de Carlota Joaquina. Mesmo assim, os castelhanos declararam guerra contra os lusitanos, em 1801. Naquele ano, foi selado um acordo de paz desfavorável aos portugueses, que tiveram de fechar os portos à Inglaterra. D. João VI não cumpriu o tratado. Seis anos depois, para não enfrentar o forte exército napoleônico, que já avançara sobre províncias espanholas e aproximava-se de seu país, resolveu transferir a Corte para o Brasil.

Províncias

Em novembro de 1807, começa uma viagem que mudaria a história do Brasil, colônia que até então poucos portugueses da realeza conheciam. Durante o tempo em que permaneceu no Brasil, que depois foi transformado em sede do reino português, D. João VI introduziu vários benefícios para o país, principalmente no Rio. Porém, esqueceu-se das províncias do interior que já manifestavam descontentamentos antes da chegada do príncipe regente. Isso acontecia no Nordeste pobre, onde prevalecia o domínio dos senhores de engenhos sobre a população, e de onde surgiram grandes revoltas. D. João VI também não se preocupou em pôr fim à escravidão. E para evitar problemas com adversários, o príncipe regente implantou a censura, proibindo as instalações de gráficas, uma forma de evitar a produção de panfletos contra a Corte, que mantinha um poder absoluto sobre a Nação.

O período Joanino durou até abril de 1821, quando o príncipe regente decidiu deixar as terras brasileiras sob os cuidados de seu filho, D. Pedro I. Era a forma encontrada por D. João VI para manter o poder sobre a colônia. “Se o Brasil se separar, antes seja para ti, que me hás de respeitar, do que para algum desses aventureiros”, disse a D. Pedro I. Nessa época, as inquietações por todo o país mostravam que o controle português sobre os brasileiros já não era tão grande e outro fato histórico seria inevitável: a Independência, que aconteceu um ano e cinco meses depois que a família imperial retornou à Europa.

Editor: Alon Feuerwerker // alon.feuerwerker@correioweb.com.br
Subeditorres:Helayne Boaventura, José Carlos Vieira, Leonardo Cavalcanti e Paulo Barros
• e-mail: politica@correioweb.com.br
Tels.3214-1104/ 1186/ 1293

Nenhum comentário: