Trata-se de uma campanha anual, porque a violência contra as mulheres é algo tão corrente (*exemplo: Evangélico espanca filha adulta (e esposa) porque ela fazia chapinha no cabelo*), tão absurdo (*vide o caso UNIBAN*) e tão aceito socialmente, que é necessário repetir e repetir que nós não somos cidadas de segunda classe e que não podemos aceitar ou nos calar. Na página da Campanha é possível obter informações atualizadas. Ela começou oficialmente no dia 20 de novembro até o dia 10 de dezembro. O video aí em cima está ligado à campanha. É apra chocar mesmo, porque esse tipo de coisa não pode continuar acontecendo.
Slides, Resumos, Curiosidades, Charges, Orientações e tudo o mais que for necessário. Página de apoio para os alunos e alunas do Colégio Militar de Brasília do 8º ano ao final do Ensino Médio.
terça-feira, novembro 24, 2009
segunda-feira, novembro 02, 2009
Concurso "Tecnologias Sim"
O concurso "Tecnologia Sim" premiará grupos de adolescentes (12 a 18 anos) que produzam vídeos sobre soluções de como navegar com segurança na Internet. Não é preciso um professor responsável, mas um adulto pode auxiliar o grupo como 'facilitador". Segundo a página do concurso, é possível inscrever mais de um vídeo por grupo e cada equipe deve ter um mínimo de 2 e um máximo de 4 pessoas. Acho uma idéia ótima. As inscrições são até o dia 15 de novembro. A página oficial do evento é esta aqui.
segunda-feira, outubro 12, 2009
Moedas perdidas revelam queda populacional na Roma antiga
A matéria abaixo foi publicada na Folha de São Paulo de hoje. Como é interessante, e está aberta somente para assinantes, decidi postar aqui.
Moedas perdidas revelam queda populacional na Roma antiga
Tesouro era enterrado durante guerras, o que dá pista sobre despovoamento
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Estudando a distribuição, ao longo do tempo, de moedas romanas escondidas durante períodos de conflito interno, dois pesquisadores nos EUA concluíram que houve um declínio da população da Itália durante o século 1º a.C., resolvendo uma questão há muito debatida.
"Em tempos de violência as pessoas tendem a esconder seus objetos de valor, que são depois recuperados – a menos que seus donos tenham morrido ou sido expulsos. Assim, a distribuição temporal de moedas escondidas é uma excelente pista da intensidade de guerra interna", escreveram os autores em artigo na revista científica americana "PNAS".
Os dois são de áreas diferentes do conhecimento e, no caso, complementares. Peter Turchin é do Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva da Universidade de Connecticut e Walter Scheidel é do Departamento de Estudos Clássicos da Universidade Stanford.
"Os tesouros escondidos tinham desde três a quatro moedas até algumas dezenas de milhares. Cem denários equivaliam à metade do salário anual de um soldado", disse Turchin à Folha. O "denarius" (plural: "denarii") era uma moeda de prata com cerca de quatro gramas de peso. A palavra está na origem da palavra "dinheiro".
Perdendo o censo
Os romanos, tanto no período republicano (do século 5º a.C ao século 1º a. C.) quanto no Império que o seguiu, realizavam censos de seus cidadãos, necessários para fins de taxação, recrutamento militar e direito de voto em assembléias. Contavam-se apenas os homens adultos. Os números registrados passaram de cerca de 200 mil para perto de 400 mil entre a metade do século 3º a.C. e o final do século 2º a.C.
Com a extensão da cidadania romana ao resto da Itália depois da chamada Guerra Social (91-89 a.C. ), os números praticamente triplicaram. Três censos feitos pelo imperador Augusto em 28 a.C., 8 a.C. e 14 d.C. mostram um número de 4 milhões passando para 5 milhões. Mesmo levando em conta a extensão da cidadania, os números não batem. Falta explicar como a população de romanos teria aumentado até três vezes no século anterior ao primeiro censo de Augusto. É que todo esse período foi marcado por três grandes guerras civis, sem falar em conflitos menores, doenças e fome.
A solução de uma corrente de pesquisadores foi concluir que os censos de Augusto passaram a incluir também mulheres e menores. É a chamada hipótese de "contagem baixa". Mas as fontes históricas não fazem menção a contagens diferentes. Outra corrente, a da "contagem alta", assume que não houve mudança na identidade das pessoas recenseadas. Ela se baseia na crença de que os censos republicanos se tornaram cada vez mais imprecisos, e portanto exagerariam a escala de aumento populacional. O problema é que isso resultaria em uma população total que iria de 15 milhões a 20 milhões. Seria alta demais para a época romana, pois só na metade do século 19 é que a Itália atingiu essa cifra.
O modelo criado pelos dois pesquisadores, adicionando os tesouros de moedas como uma variável ao longo do tempo, demonstrou ser mais compatível com a "contagem baixa".
Moedas perdidas revelam queda populacional na Roma antiga
Tesouro era enterrado durante guerras, o que dá pista sobre despovoamento
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Estudando a distribuição, ao longo do tempo, de moedas romanas escondidas durante períodos de conflito interno, dois pesquisadores nos EUA concluíram que houve um declínio da população da Itália durante o século 1º a.C., resolvendo uma questão há muito debatida.
"Em tempos de violência as pessoas tendem a esconder seus objetos de valor, que são depois recuperados – a menos que seus donos tenham morrido ou sido expulsos. Assim, a distribuição temporal de moedas escondidas é uma excelente pista da intensidade de guerra interna", escreveram os autores em artigo na revista científica americana "PNAS".
Os dois são de áreas diferentes do conhecimento e, no caso, complementares. Peter Turchin é do Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva da Universidade de Connecticut e Walter Scheidel é do Departamento de Estudos Clássicos da Universidade Stanford.
"Os tesouros escondidos tinham desde três a quatro moedas até algumas dezenas de milhares. Cem denários equivaliam à metade do salário anual de um soldado", disse Turchin à Folha. O "denarius" (plural: "denarii") era uma moeda de prata com cerca de quatro gramas de peso. A palavra está na origem da palavra "dinheiro".
Perdendo o censo
Os romanos, tanto no período republicano (do século 5º a.C ao século 1º a. C.) quanto no Império que o seguiu, realizavam censos de seus cidadãos, necessários para fins de taxação, recrutamento militar e direito de voto em assembléias. Contavam-se apenas os homens adultos. Os números registrados passaram de cerca de 200 mil para perto de 400 mil entre a metade do século 3º a.C. e o final do século 2º a.C.
Com a extensão da cidadania romana ao resto da Itália depois da chamada Guerra Social (91-89 a.C. ), os números praticamente triplicaram. Três censos feitos pelo imperador Augusto em 28 a.C., 8 a.C. e 14 d.C. mostram um número de 4 milhões passando para 5 milhões. Mesmo levando em conta a extensão da cidadania, os números não batem. Falta explicar como a população de romanos teria aumentado até três vezes no século anterior ao primeiro censo de Augusto. É que todo esse período foi marcado por três grandes guerras civis, sem falar em conflitos menores, doenças e fome.
A solução de uma corrente de pesquisadores foi concluir que os censos de Augusto passaram a incluir também mulheres e menores. É a chamada hipótese de "contagem baixa". Mas as fontes históricas não fazem menção a contagens diferentes. Outra corrente, a da "contagem alta", assume que não houve mudança na identidade das pessoas recenseadas. Ela se baseia na crença de que os censos republicanos se tornaram cada vez mais imprecisos, e portanto exagerariam a escala de aumento populacional. O problema é que isso resultaria em uma população total que iria de 15 milhões a 20 milhões. Seria alta demais para a época romana, pois só na metade do século 19 é que a Itália atingiu essa cifra.
O modelo criado pelos dois pesquisadores, adicionando os tesouros de moedas como uma variável ao longo do tempo, demonstrou ser mais compatível com a "contagem baixa".
domingo, outubro 04, 2009
Nome de um índio guarani agora faz parte do Livro de Aço dos Heróis Nacionais
Nada mais justo, afinal, Sepé Tiraju representa todas as melhores virtudes quando se trata de resistência à tirania, ainda que da derrota dos índios tenha dependido a formação do Rio Grande do Sul. Só que entre os 11, agora, heróis da pátria não há uma mulher sequer. Será que não há uma que possa ser contada entre os heróis ou não há interesse em valorizar a contribuição das mulheres para a construção da nação, da mesma maneira que índios e negros são igualmente minoria entre os "heróis" da pátria? Segue a notícia do Correio Braziliense.
Nome de um índio guarani agora faz parte do Livro de Aço dos Heróis Nacionais
Elisa Tecles
O nome de um índio guarani ocupará uma página no Livro de Aço dos Heróis Nacionais, exposto no Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes. Sepé Tiaraju é o 11º herói a entrar na publicação que homenageia brasileiros marcantes na história do país. Ele viveu no século 18 e lutou pela população guarani no Rio Grande do Sul. A Lei nº 12.032, publicada no último dia 22, determina a inscrição de Tiaraju.
José Tiaraju era mais conhecido por Sepé, que, na língua guarani, significa facho de luz. Ele morava em uma região do Rio Grande do Sul pertencente à Espanha, quando foi assinado o Tratado de Madri, em 1750. No documento, os reis de Portugal e da Espanha combinavam uma troca de terrenos. Os guaranis teriam que abandonar as cidades para cumprir o acordo. Tiaraju liderou os guaranis na oposição ao tratado — a Guerra Guaranítica começou em 1754 e seguiu até 1756. No último ano da batalha, o líder indígena e mais 1,5 mil índios lutaram contra mais de 3 mil homens. Diários de guerra do exército português contam que ele foi abatido com uma lança por um português, depois levou um tiro de um espanhol. A coragem de Tiaraju o fez conhecido por todo o Rio Grande do Sul.
Sepé Tiaraju é o primeiro índio a entrar no Livro de Aço. “Estamos em um momento de sensibilidade diferente para esse tipo de escolha. A lista já tinha o Zumbi, que era negro, agora tem um indígena. Vivemos uma aceitação diferente dessas referências na cultura”, comentou o coordenador-geral de Fomento à Identidade e à Diversidade do Ministério da Cultura, Marcelo Manzatti. Segundo ele, Tiaraju é cultuado há décadas pelos guaranis. “Mas isso fica na boca do povo e nunca passa para lugares consagrados”, completou.
Cerca de 100 mil índios fazem parte da população guarani na América do Sul — é o maior povo indígena do país. Eles estão em sete estados brasileiros, do Espírito Santo até o Rio Grande do Sul. Faz parte da cultura guarani se deslocar — há grupos até no Uruguai. “É um dos povos que tem sua cultura mais preservada. Eles têm consciência disso e estão sempre praticando a cultura”, explicou Marcelo.
Qualquer cidadão brasileiro pode indicar um nome para receber a homenagem no Livro de Aço. A proposta deve ser aprovada pelo Congresso Nacional para virar realidade. O primeiro passo é apresentar a ideia a um deputado ou senador, que têm autonomia para criar projetos de lei. O parlamentar escreve o projeto e o envia para a Coordenação de Comissões Permanentes. O projeto segue para a Comissão de Educação e Cultura, depois passa para a Comissão de Constituição e Justiça. No plenário, os parlamentares votam pela criação ou não da lei.
O último passo é a sanção do presidente. Se ele aprovar a proposta, a nova lei é publicada no Diário Oficial. “A partir daí, aquele cidadão pode ser considerado um herói nacional. A outra questão é um grupo de pessoas, um órgão do governo ou uma organização não governamental tomar a frente e organizar a festividade”, explicou o professor do projeto Visitando a praça, conhecendo Brasília, Ernesto Ilísio de Oliveira. A iniciativa leva estudantes de colégios públicos e particulares para conhecer a Praça dos Três Poderes.
Gravação
Com a lei aprovada, basta marcar a solenidade de entronização do homenageado e encomendar a inscrição no livro. Nessa etapa, a página dedicada ao herói — cada figura ilustre tem uma página própria — é destacada e enviada a uma pessoa que grava as letras no aço. Atualmente, há 10 páginas preenchidas no livro e duas estão vazias. A inclusão de Sepé Tiaraju deixará uma só vaga para os heróis.
Ernesto ressalta que há outros cinco nomes na mesma situação do índio guarani: a lei foi sancionada, mas a inscrição ainda não foi feita. A lei que inclui Chico Mendes na lista está sancionada desde 2004, mas o registro nunca foi realizado. Na mesma situação, encontram-se os nomes de Frei Caneca, Marechal Osório, Ildefonso Pereira Correia (Barão de Cerro Azul) e Brigadeiro Sampaio. Duas leis em tramitação no Congresso Nacional defendem a inclusão de duas heroínas nacionais no livro: Anita Garibaldi e Maria Quitéria.
O Livro de Aço fica exposto no salão central do Panteão da Pátria, mas atualmente está fechado para visitas por conta de uma obra. O prédio passará por uma reforma completa e deve ficar pronto até o cinquentenário de Brasília, em 21 de abril de 2010. A reforma inclui a troca das peças de mármore que revestem a fachada, mudanças no piso e nas paredes, além de impermeabilização. Mais informações sobre o espaço no site da Secretaria de Cultura do DF: www.sc.df.gov.br.
Heróis da pátria
O Livro de Aço dos Heróis Nacionais fica no salão principal do Panteão e contém as inscrições dos nomes de 10 figuras ilustres do país. A Lei nº 11.597, de 2007, estabelece que o livro destina-se ao registro perpétuo de brasileiros (ou grupos de brasileiros) que tenham oferecido a vida à pátria, para sua defesa e construção, com dedicação e heroísmo. A homenagem só pode ser prestada depois de 50 anos da morte da pessoa — exceto em casos de mortos ou presumidamente mortos em campo de batalha. Os nomes atualmente presentes no livro são:
Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes (1746 — 1792)
O primeiro brasileiro a entrar no livro nasceu em Minas Gerais e foi mascate, dentista e pesquisou minerais. Em 1789, integrou um movimento contra os altos impostos cobrados na época. Naquele ano, Joaquim Silvério dos Reis revelou a existência do grupo ao governo mineiro e assim se deu a perseguição contra os inconfidentes. Tiradentes foi enforcado, teve o corpo esquartejado e a cabeça exposta em um poste.
Zumbi dos Palmares (1655 — 1695)
Nasceu no Quilombo dos Palmares, para onde iam negros que escapavam das senzalas. Ainda criança, ele foi entregue a um missionário, mas retornou ao quilombo na adolescência. Zumbi conquistou a liderança do quilombo e ficou ferido durante uma invasão no local. Foi traído e sofreu um atentado, mas resistiu. O herói foi morto no ano seguinte e teve a cabeça exposta em praça pública.
Marechal Deodoro da Fonseca (1827 — 1892)
Ingressou no exército aos 18 anos, na Arma de Artilharia. Lutou na Guerra do Paraguai e liderou a facção do exército favorável à abolição da escravatura. Depois de abandonar o comando, ele se mudou para o Rio de Janeiro. Em 15 de novembro de 1889, o marechal proclamou a República.
D. Pedro I (1798 — 1834)
Nascido em Lisboa, filho de D. João e D. Carlota Joaquina, D. Pedro I chegou ao Rio de Janeiro em 1808 com a família real. Assumiu o título de príncipe do Reino do Brasil em 1821, quando a família voltou para Portugal. Proclamou a Independência do país em 7 de setembro de 1822.
Duque de Caxias (1803 — 1880)
Como tenente do Batalhão do Imperador, ele participou de movimentos pela Independência. Foi nomeado comandante em chefe das forças do Império em operações contra o Paraguai. Ganhou o título de duque em 1870 — o primeiro do país. Em 1962, Duque de Caxias foi instituído patrono do Exército Brasileiro.
Plácido de Castro (1873 — 1908)
Plácido de Castro saiu de São Gabriel, no Rio Grande do Sul, rumo ao Acre em 1899. Ele liderou os brasileiros instalados no território para expulsar os bolivianos que ali viviam. Em 1903, foi proclamada a autonomia do Acre e Castro assumiu o governo provisório do estado.
Almirante Tamandaré 1807 — 1897)
Joaquim Marques Lisboa, o Almirante Tamandaré, entrou no livro por ter feito parte da campanha da Independência do Brasil. Ele participou da repressão aos revolucionários, esteve na Confederação do Equador e lutou na Guerra do Paraguai. O almirante é patrono da Marinha Brasileira e a data de seu nascimento, 13 de dezembro, virou o Dia do Marinheiro.
Almirante Barroso (1804 — 1882)
Francisco Manoel Barroso da Silva era natural de Portugal, mas veio ao Brasil ainda criança acompanhando a comitiva da família real portuguesa. Ele entrou na Academia da Marinha, no Rio de Janeiro, e comandou a Força Naval Brasileira na Batalha Naval do Riachuelo.
Alberto Santos Dumont (1873 — 1932)
O nome de Santos Dumont entrou no livro em 2006, ano de comemoração do centenário do voo do 14-bis, avião idealizado pelo mineiro. Ele é patrono da Aeronáutica e da Força Aérea Brasileira.
José Bonifácio de Andrada e Silva (1763 — 1838)
Estudou e trabalhou em Portugal até 1819, quando voltou ao Brasil e iniciou a carreira pública. Foi um dos principais articuladores da Independência do Brasil, conquistada em 7 de setembro de 1822.
Nome de um índio guarani agora faz parte do Livro de Aço dos Heróis Nacionais
Elisa Tecles
O nome de um índio guarani ocupará uma página no Livro de Aço dos Heróis Nacionais, exposto no Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes. Sepé Tiaraju é o 11º herói a entrar na publicação que homenageia brasileiros marcantes na história do país. Ele viveu no século 18 e lutou pela população guarani no Rio Grande do Sul. A Lei nº 12.032, publicada no último dia 22, determina a inscrição de Tiaraju.
José Tiaraju era mais conhecido por Sepé, que, na língua guarani, significa facho de luz. Ele morava em uma região do Rio Grande do Sul pertencente à Espanha, quando foi assinado o Tratado de Madri, em 1750. No documento, os reis de Portugal e da Espanha combinavam uma troca de terrenos. Os guaranis teriam que abandonar as cidades para cumprir o acordo. Tiaraju liderou os guaranis na oposição ao tratado — a Guerra Guaranítica começou em 1754 e seguiu até 1756. No último ano da batalha, o líder indígena e mais 1,5 mil índios lutaram contra mais de 3 mil homens. Diários de guerra do exército português contam que ele foi abatido com uma lança por um português, depois levou um tiro de um espanhol. A coragem de Tiaraju o fez conhecido por todo o Rio Grande do Sul.
Sepé Tiaraju é o primeiro índio a entrar no Livro de Aço. “Estamos em um momento de sensibilidade diferente para esse tipo de escolha. A lista já tinha o Zumbi, que era negro, agora tem um indígena. Vivemos uma aceitação diferente dessas referências na cultura”, comentou o coordenador-geral de Fomento à Identidade e à Diversidade do Ministério da Cultura, Marcelo Manzatti. Segundo ele, Tiaraju é cultuado há décadas pelos guaranis. “Mas isso fica na boca do povo e nunca passa para lugares consagrados”, completou.
Cerca de 100 mil índios fazem parte da população guarani na América do Sul — é o maior povo indígena do país. Eles estão em sete estados brasileiros, do Espírito Santo até o Rio Grande do Sul. Faz parte da cultura guarani se deslocar — há grupos até no Uruguai. “É um dos povos que tem sua cultura mais preservada. Eles têm consciência disso e estão sempre praticando a cultura”, explicou Marcelo.
Qualquer cidadão brasileiro pode indicar um nome para receber a homenagem no Livro de Aço. A proposta deve ser aprovada pelo Congresso Nacional para virar realidade. O primeiro passo é apresentar a ideia a um deputado ou senador, que têm autonomia para criar projetos de lei. O parlamentar escreve o projeto e o envia para a Coordenação de Comissões Permanentes. O projeto segue para a Comissão de Educação e Cultura, depois passa para a Comissão de Constituição e Justiça. No plenário, os parlamentares votam pela criação ou não da lei.
O último passo é a sanção do presidente. Se ele aprovar a proposta, a nova lei é publicada no Diário Oficial. “A partir daí, aquele cidadão pode ser considerado um herói nacional. A outra questão é um grupo de pessoas, um órgão do governo ou uma organização não governamental tomar a frente e organizar a festividade”, explicou o professor do projeto Visitando a praça, conhecendo Brasília, Ernesto Ilísio de Oliveira. A iniciativa leva estudantes de colégios públicos e particulares para conhecer a Praça dos Três Poderes.
Gravação
Com a lei aprovada, basta marcar a solenidade de entronização do homenageado e encomendar a inscrição no livro. Nessa etapa, a página dedicada ao herói — cada figura ilustre tem uma página própria — é destacada e enviada a uma pessoa que grava as letras no aço. Atualmente, há 10 páginas preenchidas no livro e duas estão vazias. A inclusão de Sepé Tiaraju deixará uma só vaga para os heróis.
Ernesto ressalta que há outros cinco nomes na mesma situação do índio guarani: a lei foi sancionada, mas a inscrição ainda não foi feita. A lei que inclui Chico Mendes na lista está sancionada desde 2004, mas o registro nunca foi realizado. Na mesma situação, encontram-se os nomes de Frei Caneca, Marechal Osório, Ildefonso Pereira Correia (Barão de Cerro Azul) e Brigadeiro Sampaio. Duas leis em tramitação no Congresso Nacional defendem a inclusão de duas heroínas nacionais no livro: Anita Garibaldi e Maria Quitéria.
O Livro de Aço fica exposto no salão central do Panteão da Pátria, mas atualmente está fechado para visitas por conta de uma obra. O prédio passará por uma reforma completa e deve ficar pronto até o cinquentenário de Brasília, em 21 de abril de 2010. A reforma inclui a troca das peças de mármore que revestem a fachada, mudanças no piso e nas paredes, além de impermeabilização. Mais informações sobre o espaço no site da Secretaria de Cultura do DF: www.sc.df.gov.br.
Heróis da pátria
O Livro de Aço dos Heróis Nacionais fica no salão principal do Panteão e contém as inscrições dos nomes de 10 figuras ilustres do país. A Lei nº 11.597, de 2007, estabelece que o livro destina-se ao registro perpétuo de brasileiros (ou grupos de brasileiros) que tenham oferecido a vida à pátria, para sua defesa e construção, com dedicação e heroísmo. A homenagem só pode ser prestada depois de 50 anos da morte da pessoa — exceto em casos de mortos ou presumidamente mortos em campo de batalha. Os nomes atualmente presentes no livro são:
Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes (1746 — 1792)
O primeiro brasileiro a entrar no livro nasceu em Minas Gerais e foi mascate, dentista e pesquisou minerais. Em 1789, integrou um movimento contra os altos impostos cobrados na época. Naquele ano, Joaquim Silvério dos Reis revelou a existência do grupo ao governo mineiro e assim se deu a perseguição contra os inconfidentes. Tiradentes foi enforcado, teve o corpo esquartejado e a cabeça exposta em um poste.
Zumbi dos Palmares (1655 — 1695)
Nasceu no Quilombo dos Palmares, para onde iam negros que escapavam das senzalas. Ainda criança, ele foi entregue a um missionário, mas retornou ao quilombo na adolescência. Zumbi conquistou a liderança do quilombo e ficou ferido durante uma invasão no local. Foi traído e sofreu um atentado, mas resistiu. O herói foi morto no ano seguinte e teve a cabeça exposta em praça pública.
Marechal Deodoro da Fonseca (1827 — 1892)
Ingressou no exército aos 18 anos, na Arma de Artilharia. Lutou na Guerra do Paraguai e liderou a facção do exército favorável à abolição da escravatura. Depois de abandonar o comando, ele se mudou para o Rio de Janeiro. Em 15 de novembro de 1889, o marechal proclamou a República.
D. Pedro I (1798 — 1834)
Nascido em Lisboa, filho de D. João e D. Carlota Joaquina, D. Pedro I chegou ao Rio de Janeiro em 1808 com a família real. Assumiu o título de príncipe do Reino do Brasil em 1821, quando a família voltou para Portugal. Proclamou a Independência do país em 7 de setembro de 1822.
Duque de Caxias (1803 — 1880)
Como tenente do Batalhão do Imperador, ele participou de movimentos pela Independência. Foi nomeado comandante em chefe das forças do Império em operações contra o Paraguai. Ganhou o título de duque em 1870 — o primeiro do país. Em 1962, Duque de Caxias foi instituído patrono do Exército Brasileiro.
Plácido de Castro (1873 — 1908)
Plácido de Castro saiu de São Gabriel, no Rio Grande do Sul, rumo ao Acre em 1899. Ele liderou os brasileiros instalados no território para expulsar os bolivianos que ali viviam. Em 1903, foi proclamada a autonomia do Acre e Castro assumiu o governo provisório do estado.
Almirante Tamandaré 1807 — 1897)
Joaquim Marques Lisboa, o Almirante Tamandaré, entrou no livro por ter feito parte da campanha da Independência do Brasil. Ele participou da repressão aos revolucionários, esteve na Confederação do Equador e lutou na Guerra do Paraguai. O almirante é patrono da Marinha Brasileira e a data de seu nascimento, 13 de dezembro, virou o Dia do Marinheiro.
Almirante Barroso (1804 — 1882)
Francisco Manoel Barroso da Silva era natural de Portugal, mas veio ao Brasil ainda criança acompanhando a comitiva da família real portuguesa. Ele entrou na Academia da Marinha, no Rio de Janeiro, e comandou a Força Naval Brasileira na Batalha Naval do Riachuelo.
Alberto Santos Dumont (1873 — 1932)
O nome de Santos Dumont entrou no livro em 2006, ano de comemoração do centenário do voo do 14-bis, avião idealizado pelo mineiro. Ele é patrono da Aeronáutica e da Força Aérea Brasileira.
José Bonifácio de Andrada e Silva (1763 — 1838)
Estudou e trabalhou em Portugal até 1819, quando voltou ao Brasil e iniciou a carreira pública. Foi um dos principais articuladores da Independência do Brasil, conquistada em 7 de setembro de 1822.
sábado, setembro 19, 2009
Barroco Mineiro no Globo Universidade
Perdi a primeira parte, mas as duas que gravei estão legais. Os melhores programas da TV aberta sempre passam nos piores horários, claro. :) Segue a descrição do site:
Os prédios antigos e ruas de paralelepípedo de São João del Rei são testemunhas de acontecimentos importantes na história do Brasil. É neste cenário que André acompanha uma aula de História ao ar livre, guiado pela professora Letícia Martins de Andrade, responsável por disciplinas e pesquisas relacionadas à História da Arte desenvolvidas na UFSJ. Ela e seus alunos levam o repórter numa visita a três pontos de grande importância na arte sacra da cidade: a Igreja de São Francisco de Assis, a Matriz de Nossa Senhora do Pilar e a Igreja de Nossa Senhora do Rosário. A igreja de São Francisco de Assis começou a ser construída em 1774 e é um exemplar do período conhecido como barroco mineiro embora o termo seja controvertido. Já a atual Matriz do Pilar foi construída em 1721 e passou por diversas reformas. A matriz pode ser caracterizada mais para um estilo barroco, pela presença da grande quantidade de ouro que nós temos aqui. É uma das igrejas que mais têm ouro nos retábulos, são centenas de quilos. Esse peso maior do ouro caracteriza o barroco, explica a professora Letícia. Foram os escravos que construíram a Igreja de Nossa Senhora do Rosário e todas as outras da cidade, mas só ali lhes era permitido participar das celebrações religiosas oficiais. O altar não tem ostentação, o trabalho é cuidadoso, mas sem luxo. A igreja mais antiga da cidade é simples, se comparada com as outras. A estética é muito importante, mas nós temos que reconhecer esses monumentos como documentos históricos. Esta irmandade relata um pouco da história do negro em São João del Rei, que teve uma participação ativa e constante no processo de formação dessa urbanidade e dessa cultura. (...) O negro se insere nessa fé católica através desta irmandade, conta Priscilla Dantas Delphino, aluna de História da UFSJ.
domingo, agosto 16, 2009
Livrai-nos de todos os males…
O Correio Braziliense de hoje trouxe uma matéria sobre a gripe suína (H1N1) e um histórico interessante sobre as meiores pestes da História. Acredito que seja interessante para o nosso blog e trouxe para cá. Também deixo a sugestão do livro A História da Humanidade Contada pelos Vírus. Segue a matéria.
Peste de Atenas
Foi a primeira grande epidemia sobre a qual há registros. Em 430 a.C. uma doença misteriosa vitimou cerca de 30% da população de Atenas, justamente no início da batalha do Peloponeso, quando a cidade estava em confronto com Esparta. O historiador Tucidides descreveu, à época, em seu livro A Guerra do Peloponeso, aquela estranha enfermidade da qual também foi vítima: “O calor intenso era tão pronunciado que o contato da roupa se tornava intolerável. Os doentes ficavam despidos e somente desejavam atirar-se na água fria. (…) A maior parte morria ao cabo de 7 a 9 dias consumida pelo fogo interior. Nos que ultrapassavam aquele termo, o mal descia aos intestinos, provocando ulcerações acompanhadas de diarreia rebelde que os levava à morte por debilidade”.
O confronto entre as duas cidades contribuiu para agravar a epidemia. “Todos os moradores estavam aglutinados, dentro dos muros de Atenas”, explica o infectologista Stefan Ujvari. Segundo o expert, a causa de tantas mortes permaneceu desconhecida até o início desta década, quando pesquisadores encontraram corpos enterrados na região e, ao estudar a polpa dos dentes dos cadáveres, encontraram DNA da febre tifoide.
Peste de Antonina
Surgiu no século 2 d.C. e matou quase um terço da população de Roma. Depois, espalhou-se pela Itália e também pela região da Gália, onde hoje é a França. Foi assim batizada em alusão ao Imperador Marco Aurélio, que estava no poder na época e era da linhagem dos antoninos. Ele mesmo acabou morto pela peste, no ano 180. Como relatou o médico grego Claudio Galeno, a doença causava “ardor inflamatório nos olhos, aversão a alimentos, sede inextinguível, inflamação da mucosa, vômitos de matérias biliosas, gangrenas parciais e fetidez do hálito” nos contaminados.
Também conhecida como Peste dos Antonios, durou cerca de 15 anos. No auge dela, quase 2 mil pessoas morriam por dia em Roma, sufocadas pelos sintomas da doença. Conforme os relatos de Galeno, contemporâneo da epidemia, os pacientes também alternavam delírios tranquilos e furiosos. O desfecho era “funesto do sétimo ao nono dia”.
Peste Negra
Foi a mais trágica epidemia da história da humanidade, considerada por muitos como um castigo divino. Recebeu esse nome devido às manchas escuras que apareciam na pele dos acamados. As condições sanitárias precárias do século 14 contribuíram para o flagelo sem paralelos até hoje. “Cerca de 30% a 40% da população da Europa foi dizimada e teve repercussão em todos os setores da atividade humana — econômico, agrário. Famílias inteiras desapareceram”, descreve o professor da Univesidade Federal de Goiás Joffre Rezende.
Também conhecida como Peste Bubônica, surgiu na Ásia e causou a morte de 5 milhões na Mongólia e no norte da China apenas no ano de 1334. Foi parar na Europa levada por navios mercantes. Os homens da época não conheciam vírus e bactérias e, sem saber que a doença era causada pela pulga dos ratos, fantasiavam teorias. Doentes foram jogados na fogueira. Famílias se isolaram nos campos. E até os judeus foram perseguidos como possíveis responsáveis pela moléstia. “Nenhuma prevenção foi válida, nem valeu a pena qualquer providência dos homens (…) Na virilha ou nas axilas, algumas inchações. Algumas destas cresciam como maçãs, outras como um ovo”, descreveu Giovanni Bocaccio, no livro Decamerão.
Varíola, sarampo e gripe
Com o avanço das navegações e a descoberta da América, batizada na época de “Novo Mundo”, os europeus importaram epidemias para os pré-colombianos. O sarampo, a gripe e a varíola mataram juntos, ao longo de quatro séculos, mais da metade da população que habitava o continente. A varíola acometeu inicialmente os povos do México, contaminados pelos espanhóis. Mas chegou também ao Brasil pelo litoral da Bahia, se espalhou pelo interior até chegar ao Rio da Prata, atingindo também os índios do Paraguai.
No início do século 20, a varíola foi o pano de fundo para resistência popular que ficou conhecida como “Revolta da Vacina”, ocorrida entre 10 e 16 de novembro de 1904, no Rio de Janeiro. Em meio aos problemas sanitários que a cidade tinha na época, o sanitarista Oswaldo Cruz convenceu os legisladores a aprovar uma lei que obrigava a vacinação contra a varíola. A população se rebelou e a cidade viveu um clima de guerra, com pelo menos 50 mortos e mais de cem feridos.
Gripe espanhola
Uma das mais importantes pandemias causadas por vírus até hoje, levou à morte entre 20 milhões e 40 milhões de pessoas — cerca de metade da população mundial — entre 1918 e 1919. Apesar do nome, especialistas ainda divergem sobre o local onde a gripe se originou. Os primeiros casos da doença foram identificados nos Estados Unidos em março de 1918. A doença chegou à Europa provavelmente em abril, levada por tropas francesas, britânicas e norte-americanas. No Brasil, a doença matou mais de 300 mil pessoas, entre elas o médium espírita Eurípedes Barsanulfo.
O vírus da gripe espanhola era o H1N1, que o homem transmitiu para porcos criados em fazendas na América do Norte, dando origem ao vírus da gripe suína. Os suínos são uma espécie de “tubos de ensaio para vírus”, capazes de misturar tipos que infectam outros animais e facilitar a mutação deles. A atual pandemia de gripe é causada pelo A H1N1, um novo tipo derivado do vírus que adoece os porcos. “Agora, o porco está devolvendo, totalmente misturado, o vírus da gripe espanhola que herdou do homem. Mas é um vírus completamente recombinado, que é transmitido apenas entre humanos”, explica o infectologista Stefan Ujvari.
Peste de Atenas
Foi a primeira grande epidemia sobre a qual há registros. Em 430 a.C. uma doença misteriosa vitimou cerca de 30% da população de Atenas, justamente no início da batalha do Peloponeso, quando a cidade estava em confronto com Esparta. O historiador Tucidides descreveu, à época, em seu livro A Guerra do Peloponeso, aquela estranha enfermidade da qual também foi vítima: “O calor intenso era tão pronunciado que o contato da roupa se tornava intolerável. Os doentes ficavam despidos e somente desejavam atirar-se na água fria. (…) A maior parte morria ao cabo de 7 a 9 dias consumida pelo fogo interior. Nos que ultrapassavam aquele termo, o mal descia aos intestinos, provocando ulcerações acompanhadas de diarreia rebelde que os levava à morte por debilidade”.
O confronto entre as duas cidades contribuiu para agravar a epidemia. “Todos os moradores estavam aglutinados, dentro dos muros de Atenas”, explica o infectologista Stefan Ujvari. Segundo o expert, a causa de tantas mortes permaneceu desconhecida até o início desta década, quando pesquisadores encontraram corpos enterrados na região e, ao estudar a polpa dos dentes dos cadáveres, encontraram DNA da febre tifoide.
Peste de Antonina
Surgiu no século 2 d.C. e matou quase um terço da população de Roma. Depois, espalhou-se pela Itália e também pela região da Gália, onde hoje é a França. Foi assim batizada em alusão ao Imperador Marco Aurélio, que estava no poder na época e era da linhagem dos antoninos. Ele mesmo acabou morto pela peste, no ano 180. Como relatou o médico grego Claudio Galeno, a doença causava “ardor inflamatório nos olhos, aversão a alimentos, sede inextinguível, inflamação da mucosa, vômitos de matérias biliosas, gangrenas parciais e fetidez do hálito” nos contaminados.
Também conhecida como Peste dos Antonios, durou cerca de 15 anos. No auge dela, quase 2 mil pessoas morriam por dia em Roma, sufocadas pelos sintomas da doença. Conforme os relatos de Galeno, contemporâneo da epidemia, os pacientes também alternavam delírios tranquilos e furiosos. O desfecho era “funesto do sétimo ao nono dia”.
Peste Negra
Foi a mais trágica epidemia da história da humanidade, considerada por muitos como um castigo divino. Recebeu esse nome devido às manchas escuras que apareciam na pele dos acamados. As condições sanitárias precárias do século 14 contribuíram para o flagelo sem paralelos até hoje. “Cerca de 30% a 40% da população da Europa foi dizimada e teve repercussão em todos os setores da atividade humana — econômico, agrário. Famílias inteiras desapareceram”, descreve o professor da Univesidade Federal de Goiás Joffre Rezende.
Também conhecida como Peste Bubônica, surgiu na Ásia e causou a morte de 5 milhões na Mongólia e no norte da China apenas no ano de 1334. Foi parar na Europa levada por navios mercantes. Os homens da época não conheciam vírus e bactérias e, sem saber que a doença era causada pela pulga dos ratos, fantasiavam teorias. Doentes foram jogados na fogueira. Famílias se isolaram nos campos. E até os judeus foram perseguidos como possíveis responsáveis pela moléstia. “Nenhuma prevenção foi válida, nem valeu a pena qualquer providência dos homens (…) Na virilha ou nas axilas, algumas inchações. Algumas destas cresciam como maçãs, outras como um ovo”, descreveu Giovanni Bocaccio, no livro Decamerão.
Varíola, sarampo e gripe
Com o avanço das navegações e a descoberta da América, batizada na época de “Novo Mundo”, os europeus importaram epidemias para os pré-colombianos. O sarampo, a gripe e a varíola mataram juntos, ao longo de quatro séculos, mais da metade da população que habitava o continente. A varíola acometeu inicialmente os povos do México, contaminados pelos espanhóis. Mas chegou também ao Brasil pelo litoral da Bahia, se espalhou pelo interior até chegar ao Rio da Prata, atingindo também os índios do Paraguai.
No início do século 20, a varíola foi o pano de fundo para resistência popular que ficou conhecida como “Revolta da Vacina”, ocorrida entre 10 e 16 de novembro de 1904, no Rio de Janeiro. Em meio aos problemas sanitários que a cidade tinha na época, o sanitarista Oswaldo Cruz convenceu os legisladores a aprovar uma lei que obrigava a vacinação contra a varíola. A população se rebelou e a cidade viveu um clima de guerra, com pelo menos 50 mortos e mais de cem feridos.
Gripe espanhola
Uma das mais importantes pandemias causadas por vírus até hoje, levou à morte entre 20 milhões e 40 milhões de pessoas — cerca de metade da população mundial — entre 1918 e 1919. Apesar do nome, especialistas ainda divergem sobre o local onde a gripe se originou. Os primeiros casos da doença foram identificados nos Estados Unidos em março de 1918. A doença chegou à Europa provavelmente em abril, levada por tropas francesas, britânicas e norte-americanas. No Brasil, a doença matou mais de 300 mil pessoas, entre elas o médium espírita Eurípedes Barsanulfo.
O vírus da gripe espanhola era o H1N1, que o homem transmitiu para porcos criados em fazendas na América do Norte, dando origem ao vírus da gripe suína. Os suínos são uma espécie de “tubos de ensaio para vírus”, capazes de misturar tipos que infectam outros animais e facilitar a mutação deles. A atual pandemia de gripe é causada pelo A H1N1, um novo tipo derivado do vírus que adoece os porcos. “Agora, o porco está devolvendo, totalmente misturado, o vírus da gripe espanhola que herdou do homem. Mas é um vírus completamente recombinado, que é transmitido apenas entre humanos”, explica o infectologista Stefan Ujvari.
sábado, junho 27, 2009
Michael Jackson: Vítima de uma sociedade racista
Não fiquei tocada com a morte da personagem Michael Jackson, não vou mentir para vocês. Fazia muito tempo que ele não produzia nada de fantástico em termos de música ou mesmo de positivo em termos sociais ou culturais. Jackson era no mínimo um doente – e é um dos casos raros em que considero a pedofilia um sintoma de doença – e não deveria ter vivido solto por aí e ainda com crianças sob sua tutela. Pois bem, mas em termos sociais ele era uma vítima da sociedade racista e obcecada pela imagem. Por conta disso, posto a matéria feita pelo Correio Braziliense. Queria muito que outros Jacksons – homens e mulheres negras – não tivessem que perseguir uma imagem ideal branca, da mesma forma que queria muito que as meninas e mulheres não tivessem que perseguir a magreza-anoréxica ou a juventude eterna. Segue a matéria:
A morte de um mito: Vítima de uma sociedade racista O filósofo Francisco Bosco vê no drama de Michael Jackson o preconceito enraizado dos EUA • Nahima Maciel
Michael Jackson morreu sem cor. Já não era negro. Vitiligo, tratamento para branquear ou cirurgia, pouco importa. A pele não era mais escura e isso passava muito longe do pó de arroz usado por Little Richard. Também não tinha mais o nariz grande e arredondado. Tampouco era branco, porque não nasceu assim. Sem saber (e provavelmente sem querer), o cantor fez do próprio corpo um panfleto que gritava as tensões raciais tão marcantes na cultura americana do século 20. O rosto deformado estampava o racismo profundamente enraizado numa sociedade incapaz de admitir problemas graves como oriundos de conflitos de raças. A constatação é do filósofo carioca Francisco Bosco, 32 anos, autor do ensaio O comedor de criancinhas, publicado em 2007 no livro Banalogias, conjunto de reflexões sobre a cultura contemporânea.
No texto, Bosco aponta Michael Jackson como o primeiro transracial da história, surgido de uma cultura em que o atenuamento das características negras no showbiz é instrumento de alívio de tensões sociais e caminho para o sucesso. Mariah Carey e Beyoncé alisam cabelos e pintam de louro. Diana Ross fez plástica no nariz. Heróis de desenhos animados japoneses têm grandes olhos redondos. São bonitos, mas somente se isto estiver intermediado por traços padronizados da beleza ocidental. Bosco defende que Michael Jackson foi além. Virou um mutante, ultrapassou a fronteira do confortável e aceitável, por isso acabou demonizado. Negou a própria raça e não aceitou completamente aquela que ditava o padrão ao transformar o corpo em algo disforme, desencaixado.
Bosco fala ainda em “hipocrisia do multiculturalismo”, um cenário no qual as diferenças raciais convivem, mas não se misturam. No máximo, se toleram. O discurso multicultural é típico da realidade norte-americana e pode ser visto como bandeira democrática e símbolo de tolerância, mas para o filósofo carioca está carregado de hipocrisia. Os tempos atuais, no entanto, apontam mudanças. Bosco acredita que na era Obama a figura de Michael Jackson não existiria. “A maior novidade histórica de Obama é mais radical do que ser um presidente negro. Ele é um presidente negro com discurso pós-racialista. Não surgiu sustentando um discurso racialista. A entrada em cena do Obama é um grande passo no sentido da amenização das tensões raciais que produziram o corpo do Michael Jackson”, diz, em entrevista ao Correio. Nesse sentido, a morte do cantor é quase simbólica. Leia ao lado a entrevista com o filósofo.
Três perguntas para Francisco Bosco
Michael já estava morto há muito tempo?
Não sei se estava morto por causa das transformações, porque elas começaram desde o Thriller. (Naquela época) ele não era o neguinho que surgiu aos 10 anos. A partir do Bad essas transformações adquiriram o caráter estranho. Até Thriller ele não se diferenciava fisicamente do padrão normal de atenuamento da beleza negra que a gente continua vendo hoje em dia. Mas a partir de Bad começou a ficar estranho. Até Dangerous, é uma pessoa relativamente normal. Depois, vira transracial, você não identifica nem com branco, nem com negro, não tem idade, sexo e vira esse troço que ninguém conseguia entender. Na verdade, quando ele estava no auge, essa questão existia com muita força. Não dá para dizer que as mutações fizeram com que decaísse artisticamente. Em geral esses artistas que vão muito alto muito subitamente não têm uma duração artística muito grande.
Quem matou Michael Jackson foi a cultura pop?
Não diria isso com todas as letras. Mas certamente o que fez com que fosse para esse caminho de cirurgias, mutações e reclusões foi a cultura pop norte-americana.
Por que o ódio a Michael e não a artistas como Beyoncé ou Mariah Carey, que também se embranquecem?
Mariah Carey e Beyoncé são a boa consciência norte-americana. São pretas que se embranquecem, mas não apagam as marcas ostensivamente negras e se aproximam do branco como se apagassem as tensões raciais norte-americanas. O corpo do Michael Jackson faz com que essas tensões gritem. Só ele fez isso. E sem saber, sem querer.
A morte de um mito: Vítima de uma sociedade racista O filósofo Francisco Bosco vê no drama de Michael Jackson o preconceito enraizado dos EUA • Nahima Maciel
Michael Jackson morreu sem cor. Já não era negro. Vitiligo, tratamento para branquear ou cirurgia, pouco importa. A pele não era mais escura e isso passava muito longe do pó de arroz usado por Little Richard. Também não tinha mais o nariz grande e arredondado. Tampouco era branco, porque não nasceu assim. Sem saber (e provavelmente sem querer), o cantor fez do próprio corpo um panfleto que gritava as tensões raciais tão marcantes na cultura americana do século 20. O rosto deformado estampava o racismo profundamente enraizado numa sociedade incapaz de admitir problemas graves como oriundos de conflitos de raças. A constatação é do filósofo carioca Francisco Bosco, 32 anos, autor do ensaio O comedor de criancinhas, publicado em 2007 no livro Banalogias, conjunto de reflexões sobre a cultura contemporânea.
No texto, Bosco aponta Michael Jackson como o primeiro transracial da história, surgido de uma cultura em que o atenuamento das características negras no showbiz é instrumento de alívio de tensões sociais e caminho para o sucesso. Mariah Carey e Beyoncé alisam cabelos e pintam de louro. Diana Ross fez plástica no nariz. Heróis de desenhos animados japoneses têm grandes olhos redondos. São bonitos, mas somente se isto estiver intermediado por traços padronizados da beleza ocidental. Bosco defende que Michael Jackson foi além. Virou um mutante, ultrapassou a fronteira do confortável e aceitável, por isso acabou demonizado. Negou a própria raça e não aceitou completamente aquela que ditava o padrão ao transformar o corpo em algo disforme, desencaixado.
Bosco fala ainda em “hipocrisia do multiculturalismo”, um cenário no qual as diferenças raciais convivem, mas não se misturam. No máximo, se toleram. O discurso multicultural é típico da realidade norte-americana e pode ser visto como bandeira democrática e símbolo de tolerância, mas para o filósofo carioca está carregado de hipocrisia. Os tempos atuais, no entanto, apontam mudanças. Bosco acredita que na era Obama a figura de Michael Jackson não existiria. “A maior novidade histórica de Obama é mais radical do que ser um presidente negro. Ele é um presidente negro com discurso pós-racialista. Não surgiu sustentando um discurso racialista. A entrada em cena do Obama é um grande passo no sentido da amenização das tensões raciais que produziram o corpo do Michael Jackson”, diz, em entrevista ao Correio. Nesse sentido, a morte do cantor é quase simbólica. Leia ao lado a entrevista com o filósofo.
Três perguntas para Francisco Bosco
Michael já estava morto há muito tempo?
Não sei se estava morto por causa das transformações, porque elas começaram desde o Thriller. (Naquela época) ele não era o neguinho que surgiu aos 10 anos. A partir do Bad essas transformações adquiriram o caráter estranho. Até Thriller ele não se diferenciava fisicamente do padrão normal de atenuamento da beleza negra que a gente continua vendo hoje em dia. Mas a partir de Bad começou a ficar estranho. Até Dangerous, é uma pessoa relativamente normal. Depois, vira transracial, você não identifica nem com branco, nem com negro, não tem idade, sexo e vira esse troço que ninguém conseguia entender. Na verdade, quando ele estava no auge, essa questão existia com muita força. Não dá para dizer que as mutações fizeram com que decaísse artisticamente. Em geral esses artistas que vão muito alto muito subitamente não têm uma duração artística muito grande.
Quem matou Michael Jackson foi a cultura pop?
Não diria isso com todas as letras. Mas certamente o que fez com que fosse para esse caminho de cirurgias, mutações e reclusões foi a cultura pop norte-americana.
Por que o ódio a Michael e não a artistas como Beyoncé ou Mariah Carey, que também se embranquecem?
Mariah Carey e Beyoncé são a boa consciência norte-americana. São pretas que se embranquecem, mas não apagam as marcas ostensivamente negras e se aproximam do branco como se apagassem as tensões raciais norte-americanas. O corpo do Michael Jackson faz com que essas tensões gritem. Só ele fez isso. E sem saber, sem querer.
Crise do Irã
Sei que a mídia já perdeu o interesse, ainda mais depois da morte de Michael Jackson, mas acho que um dos acontecimentos do ano, ano dos 30 anos da Revolução Islâmica, foi esta eleição fraudada e a importância da internet e, especialmente, do Twitter para informar e gerar solidariedade. E eu não estou dizendo com isso que a oposição ganhou, mas que a eleição não pode ter sido a "lavada' que foi. Ascharges vieram do site Gordo Nerd, mas a origem real delas, eu não sei.
sábado, junho 06, 2009
quinta-feira, junho 04, 2009
Internet Móvel da Vivo: Não caia nessa armadilha
Eu já devia ter postado antes, mas estava aguardando para ver no que dava. No dia 11 de março, fiz a besteira de comprar um notebook Positivo, junto com ele veio uma propaganda promocional da VIVO de internet móvel. Como ia para o Rio e o Modem da Brasiltelecon não iria funcionar lá, achei que poderia ser boa idéia. Assinei o plano de 250 MB, afinal, era para quebrar o galho mesmo, por um preço promocional nos três primeiros meses de R$19,95. Não explicaram nada sobre o excedente, me disseram que não pagaria fatura no primeiro mês, e, claro, não me enviaram contrato.
Recebi a primeira fatura antes de um mês. Coisa como R$10. Reclamei. Responderam o e-mail depois de dias se desculpando. No mês seguinte veio uma fatura de R$154. Entrei em contato, a atendente não soube explicar direito como funcionava a taxa excedente, titubeou. Pedi cancelamento e ela disse que o “setor responsável” entraria em contato. Faz quase um mês. Anteontem, recebi uma fatura cobrando R$63, e dizendo que minha assinatura era de R$59,95.
Vou ao PROCON na segunda. Já deveria ter ido. Enfim, fiz duas burradas, mas não poderia deixar de avisar aos leitores e leitoras do blog. Se decidirem escolher internet móvel, pensem duas vezes antes de escolherem a VIVO. Se agiram de má fé comigo, certamente farão de novo. Então, é melhor se poupar da dor de cabeça, porque para mim tem sido grande. Lembro que quando trabalhei na Credicard nos diziam que um cliente mal atendido poderia fazer com que a empresa perdesse mais dez clientes. Desejo que ao colocar estas informações aqui no blog, possa fazer a VIVO perder muito mais que isso.
Recebi a primeira fatura antes de um mês. Coisa como R$10. Reclamei. Responderam o e-mail depois de dias se desculpando. No mês seguinte veio uma fatura de R$154. Entrei em contato, a atendente não soube explicar direito como funcionava a taxa excedente, titubeou. Pedi cancelamento e ela disse que o “setor responsável” entraria em contato. Faz quase um mês. Anteontem, recebi uma fatura cobrando R$63, e dizendo que minha assinatura era de R$59,95.
Vou ao PROCON na segunda. Já deveria ter ido. Enfim, fiz duas burradas, mas não poderia deixar de avisar aos leitores e leitoras do blog. Se decidirem escolher internet móvel, pensem duas vezes antes de escolherem a VIVO. Se agiram de má fé comigo, certamente farão de novo. Então, é melhor se poupar da dor de cabeça, porque para mim tem sido grande. Lembro que quando trabalhei na Credicard nos diziam que um cliente mal atendido poderia fazer com que a empresa perdesse mais dez clientes. Desejo que ao colocar estas informações aqui no blog, possa fazer a VIVO perder muito mais que isso.
Ex-ativistas ainda esperam que a verdade virá à tona
Vinte anos atrás, eu tinha 13 anos e assisti eletrizada pela TV, como em uma novela, o protesto dos estudantes e o que vazou das imagens do massacre da Praça da Paz Celestial. Sei que não chorei, mas lembro de ter ficado muito emocionada e impressionada. Hoje, em nome dos interesses econômicos, todos os abusos cometidos contra os direitos humanos na China são esquecidos. A classe média - uma das mais numerosas do mundo - consome freneticamente e se esquecem dos mortos e desaparecidos. Será que o rapaz que parou os tanques ainda está vivo? O que foi feito dele. Aqui, na página da UOL, há imagens da manifestação e do massacre. Segue uma matéria sobre a questão. É preciso não esquecer nunca.
Ex-ativistas ainda esperam que a verdade virá à tona
Andreas Lorenz
Em Pequim
Duas décadas após o massacre na Praça Tiananmen em Pequim, o evento permanece um tabu na China. Os ex-ativistas pró-democracia estão espalhados por todo o mundo e esperam que a verdade sobre o que aconteceu naquele fatídico 4 de junho venha algum dia à tona.
Quando o sangue foi lavado do asfalto e as esperanças de uma China mais livre e justa se dissiparam, Han Dongfang montou em sua bicicleta e deixou a cidade. Era 4 de junho de 1989, o domingo em que o Partido Comunista chinês removeu os manifestantes da Praça Tiananmen de Pequim e, segundo os números oficiais, atirou contra 319 deles. Outras fontes citam até 3 mil mortos.
O eletricista ferroviário de 25 anos tinha se dedicado a uma missão especial. "Eu queria percorrer o país e falar com operários e produtores rurais", diz Han. Cerca de um mês antes, seus amigos anunciaram, na Praça Tiananmen, que o tinham escolhido como porta-voz de seu sindicato independente.
Dez dias depois, em algum lugar na província de Hebei, ele viu sua foto na televisão - como um "agitador e contrarrevolucionário", sendo procurado pelas autoridades. Han ficou chocado, mas se recordou da promessa que fez aos líderes do Sindicato Autônomo dos Trabalhadores de Pequim antes de ser nomeado seu líder. "Se chegar minha hora de ir para a prisão, eu não vou esperar que me peguem, mas vou me entregar." Han montou em sua bicicleta e voltou para Pequim, onde se apresentou na sede da polícia - e foi enviado para a prisão pelos 22 meses seguintes.
Por quase sete semanas na primavera chinesa de 1989, estudantes ocuparam a Praça Tiananmen, onde fizeram manifestações em prol de suas próprias organizações independentes e contra autoridades corruptas do partido. O que começou como um movimento de protesto inofensivo se transformou em uma revolta contra as pessoas no poder - até que os membros idosos do partido que cercavam o patriarca do Partido Comunista, Deng Xiaoping, lembraram de algo que o ex-líder chinês Mao Tsé-tung escreveu: "O poder político vem do cano de uma arma". O secretário-geral do Partido Comunista, Zhao Ziyang, um homem que poderia ter sido o Gorbachev da China e que se opunha fortemente ao uso de força militar, foi primeiro repreendido e depois colocado sob prisão domiciliar.
'Ímpeto para reforma'
Os protestos "não eram uma ameaça ao nosso sistema político", disse Zhao antes de sua morte em 2005, após passar 16 anos sob prisão domiciliar. Ele até mesmo acreditava que os protestos foram úteis, e que podem ter dado à China um "ímpeto para reforma, até mesmo mudança política".
O livro de memórias de Zhao, intitulado "Prisioneiro do Estado", gravado secretamente em 30 fitas e contrabandeado para fora do país, foi publicado postumamente nos Estados Unidos e Hong Kong. Ele oferece um raro vislumbre do funcionamento interno do Partido Comunista da China. Zhao estava em sua casa, não distante da Praça Tiananmen, quando se desenrolou o banho de sangue. Ele escreveu: "Na noite de 3 de junho, enquanto estava sentado no pátio com minha família, eu ouvi fogo pesado. Uma tragédia que chocaria o mundo não foi impedida e agora estava acontecendo".
O que aconteceu na Praça Tiananmen foi marcado a ferro na memória coletiva do mundo, completa com imagens inesquecíveis do acerto de contas brutal de Pequim com os críticos indefesos do regime. Quando os tanques entraram na cidade vindos do oeste, os manifestantes já estavam exaustos pelo calor e por uma greve de fome. Algumas poucas mangueiras de incêndio bastariam para expulsá-los da praça.
A China se tornou um país diferente desde então. O Partido Comunista concedeu aos chineses liberdades pessoais e econômicas antes desconhecidas. Mas um tabu ainda paira sobre a data de 4 de junho. Ninguém foi responsabilizado pelo massacre. Os livros oficiais de história às vezes mencionam a data, mas quando o fazem é ligada a um "incidente". Muitos jovens nem mesmo sabem o que aconteceu no coração de Pequim em 1989, porque tanto seus pais quanto seus professores não dizem nada a respeito do massacre.
Ativistas de direitos humanos em Hong Kong estimam que cerca de 30 pessoas permanecem na prisão como "líderes" e "arruaceiros". Das pessoas-chave restantes espalhadas pelo mundo, muitas se recolheram na vida privada e algumas se tornaram religiosas.
Casas de chá e oficinas
O eletricista ferroviário Han Dongfang, que atualmente mora em Hong Kong, contraiu tuberculose na prisão e perdeu um pulmão. Ele posteriormente foi autorizado a viajar para os Estados Unidos para tratamento, após líderes sindicais americanos terem se unido em seu apoio. Ele não está mais disposto a falar sobre seu tempo na prisão. "Aquele capítulo da minha vida acabou", ele diz.
Han, um homem com traços delicados e vestido de forma casual mas elegante, fala bem inglês. Ele está sentado em um escritório na Jervois Street, em Sheung Wan, um bairro agitado de casas de chá, oficinas e lojas estreitas. Impedido de voltar para Pequim, Han trabalha para seu país em Hong Kong. Seu "China Labour Bulletin" informa as condições nas fábricas, em canteiros de obras e nas minas na República Popular. Ele apresenta um programa da Rádio Ásia Livre, fala ao telefone com membros de sindicato na China sobre seus direitos e assegura representação legal.
O ex-revolucionário se tornou um homem dedicado a pequenos passos. "Não há sentido em tentar voar quando não se tem asas", ele diz. Ele abandonou a idéia de estabelecer um sindicato independente na China. "Meu sonho é um sistema que permita a negociação entre aos trabalhadores e empregadores. Sindicatos independentes então se desenvolveriam automaticamente."
O sacrifício dos estudantes valeu a pena? "Em 1989, eu nunca ouvi falar de greves", diz Han. "Elas são comuns hoje. Foi o início e temos que continuar."
Wu'er Kaixi, 41 anos, também fez parte do movimento de protesto de 1989. Um membro da minoria uigur, ele estava estudando para se tornar professor na época. Após a morte do popular ex-líder do partido, Hu Yaobang, em meados de abril de 1989, Wu'er e outros estudantes formaram a União Autônoma dos Estudantes de Pequim.
Um mês atrasado
Foi um passo extraordinariamente ousado na época. Após uma greve de fome, e ainda usando as roupas hospitalares, ele apareceu no Grande Salão do Povo, onde o primeiro-ministro Li Peng estava se encontrando com os estudantes enfurecidos. Quando o primeiro-ministro pediu desculpas pelo atraso, Wu'er o interrompeu rudemente, dizendo: "O senhor não está apenas cinco minutos atrasado, está um mês inteiro". Ele agora vive em Taiwan, onde ele e sua esposa taiwanesa têm dois filhos. Wu'er, que agora tem um passaporte taiwanês, engordou e agora corta o cabelo mais curto.
Mesmo 20 anos depois, o Partido Comunista ainda o pune por ter humilhado um alta autoridade diante de câmeras ao vivo. Os pais de Wu'er não são autorizados a deixar a China. Eles nunca viram seus netos, exceto em fotos, e a única comunicação com eles é um telefonema ocasional pela Internet. O próprio Wu'er, apesar de ter frequentado uma universidade americana, nunca realmente conseguiu se estabelecer profissionalmente, apesar de agora trabalhar para uma empresa de investimentos americana.
'Nós queremos a verdade'
Pouco antes do avanço das tropas em 4 de junho, diz Wu'er, um dos filho de Deng Xiaoping enviou para ele uma mensagem para alertar que os protestos terminariam em derramamento de sangue. "Eu perguntei a ele: 'O que você pode nos oferecer se nos retirarmos da Praça Tiananmen?'" Ele não obteve resposta.
Todavia, ele tentou convencer seus colegas a deixarem a praça, mas sem sucesso. Após o massacre, Wu'er fugiu para o sul, onde uma rede de dissidentes e empresários conseguiu levá-lo para Hong Kong. De lá, ele viajou para os Estados Unidos.
Wu'er planejava se encontrar com ex-ativistas em Washington às vésperas do 20º aniversário do massacre da Praça Tiananmen nesta semana. Ele nunca abandonou seu sonho de promover reformas políticas na China: Ele disse: "Não é possível viver no exílio sem esperança".
Enquanto isso, em Pequim, a ex-professora de filosofia Ding Zilin tenta manter viva a memória do massacre. Apesar de seu cabelo grisalho, ela se move com agilidade e elegância. A professora de 72 anos é a mais proeminente das "mães de Tiananmen". Mesmo hoje, ela luta para conter as lágrimas quando fala sobre os eventos.
'Viveu como um homem de verdade'
Ding, que vive no noroeste da capital chinesa, ainda é autorizada a receber visitantes, mas nem sempre é autorizada a deixar seu apartamento. Ela parece exausta e preocupada com seu marido, que está doente. "Em 26 de outubro do ano passado, a polícia realizou uma batida repentina em nosso apartamento. Depois daquilo meu marido teve um ataque cardíaco e ficou em coma por dois dias." Uma pintura a óleo de seu filho, Jiang Jielian, está pendurada na parede. Ele era um estudante de 17 anos quando morreu. Uma foto o mostra segurando uma placa nas mãos que diz: "Vocês cairão e nós permaneceremos". Uma urna de madeira contendo suas cinzas se encontra sob a foto. O pai gravou na urna: "Neste breves 17 anos, você viveu como um homem de verdade".
Na noite de 3 de junho, Jiang Jielian e alguns poucos amigos foram de bicicleta até a Praça Tiananmen. Diplomatas, jornalistas, policiais e professores já tinham se juntado ao movimento estudantil àquela altura, que não mais podia ser caracterizado como uma rebelião de jovens encrenqueiros, como o Partido Comunista continua insistindo até hoje.
Ding ainda era um membro dedicado do partido àquela altura. Mas em 4 de junho, quando as autoridades do partido se recusaram a divulgar os nomes das vítimas e as circunstâncias de suas mortes, ela e seu marido deram as costas ao Partido Comunista. "Nós queremos a verdade. Nós queremos indenização. Nós queremos que os responsáveis sejam julgados", ela diz. Ela publicou três livros, documentou meticulosamente as vidas das muitas vítimas e, juntamente com outras mães, apresentou repetidas petições à liderança do partido.
"O papel da China se tornou mais forte no mundo nos últimos anos", diz Din. Infelizmente, ela acrescenta, o governo agora deve dar menos atenção às críticas do exterior, especialmente desde que a campanha de educação patriótica teve início em 1989 e agora está dando frutos. Os estudantes de hoje, diz Ding, declaram sua solidariedade ao Partido Comunista quando, como aconteceu recentemente durante os Jogos Olímpicos, as críticas estrangeiras se tornam particularmente fortes. Ela está decepcionada com a nova geração. "Eles só se preocupam consigo mesmos e são materialistas. Eles boicotam bens japoneses, mas fazem fila diante do consulado americano para obtenção de vistos para a América."
Agentes da inteligência ficam espreitando diante de seu prédio. Um deles, que grava em vídeo os visitantes, é jovem e tem uma leve semelhança com o filho de Ding. Ele bem que poderia ter sido um daqueles que estavam protestando na Praça Tiananmen há 20 anos.
Tradução: George El Khouri Andolfato
Ex-ativistas ainda esperam que a verdade virá à tona
Andreas Lorenz
Em Pequim
Duas décadas após o massacre na Praça Tiananmen em Pequim, o evento permanece um tabu na China. Os ex-ativistas pró-democracia estão espalhados por todo o mundo e esperam que a verdade sobre o que aconteceu naquele fatídico 4 de junho venha algum dia à tona.
Quando o sangue foi lavado do asfalto e as esperanças de uma China mais livre e justa se dissiparam, Han Dongfang montou em sua bicicleta e deixou a cidade. Era 4 de junho de 1989, o domingo em que o Partido Comunista chinês removeu os manifestantes da Praça Tiananmen de Pequim e, segundo os números oficiais, atirou contra 319 deles. Outras fontes citam até 3 mil mortos.
O eletricista ferroviário de 25 anos tinha se dedicado a uma missão especial. "Eu queria percorrer o país e falar com operários e produtores rurais", diz Han. Cerca de um mês antes, seus amigos anunciaram, na Praça Tiananmen, que o tinham escolhido como porta-voz de seu sindicato independente.
Dez dias depois, em algum lugar na província de Hebei, ele viu sua foto na televisão - como um "agitador e contrarrevolucionário", sendo procurado pelas autoridades. Han ficou chocado, mas se recordou da promessa que fez aos líderes do Sindicato Autônomo dos Trabalhadores de Pequim antes de ser nomeado seu líder. "Se chegar minha hora de ir para a prisão, eu não vou esperar que me peguem, mas vou me entregar." Han montou em sua bicicleta e voltou para Pequim, onde se apresentou na sede da polícia - e foi enviado para a prisão pelos 22 meses seguintes.
Por quase sete semanas na primavera chinesa de 1989, estudantes ocuparam a Praça Tiananmen, onde fizeram manifestações em prol de suas próprias organizações independentes e contra autoridades corruptas do partido. O que começou como um movimento de protesto inofensivo se transformou em uma revolta contra as pessoas no poder - até que os membros idosos do partido que cercavam o patriarca do Partido Comunista, Deng Xiaoping, lembraram de algo que o ex-líder chinês Mao Tsé-tung escreveu: "O poder político vem do cano de uma arma". O secretário-geral do Partido Comunista, Zhao Ziyang, um homem que poderia ter sido o Gorbachev da China e que se opunha fortemente ao uso de força militar, foi primeiro repreendido e depois colocado sob prisão domiciliar.
'Ímpeto para reforma'
Os protestos "não eram uma ameaça ao nosso sistema político", disse Zhao antes de sua morte em 2005, após passar 16 anos sob prisão domiciliar. Ele até mesmo acreditava que os protestos foram úteis, e que podem ter dado à China um "ímpeto para reforma, até mesmo mudança política".
O livro de memórias de Zhao, intitulado "Prisioneiro do Estado", gravado secretamente em 30 fitas e contrabandeado para fora do país, foi publicado postumamente nos Estados Unidos e Hong Kong. Ele oferece um raro vislumbre do funcionamento interno do Partido Comunista da China. Zhao estava em sua casa, não distante da Praça Tiananmen, quando se desenrolou o banho de sangue. Ele escreveu: "Na noite de 3 de junho, enquanto estava sentado no pátio com minha família, eu ouvi fogo pesado. Uma tragédia que chocaria o mundo não foi impedida e agora estava acontecendo".
O que aconteceu na Praça Tiananmen foi marcado a ferro na memória coletiva do mundo, completa com imagens inesquecíveis do acerto de contas brutal de Pequim com os críticos indefesos do regime. Quando os tanques entraram na cidade vindos do oeste, os manifestantes já estavam exaustos pelo calor e por uma greve de fome. Algumas poucas mangueiras de incêndio bastariam para expulsá-los da praça.
A China se tornou um país diferente desde então. O Partido Comunista concedeu aos chineses liberdades pessoais e econômicas antes desconhecidas. Mas um tabu ainda paira sobre a data de 4 de junho. Ninguém foi responsabilizado pelo massacre. Os livros oficiais de história às vezes mencionam a data, mas quando o fazem é ligada a um "incidente". Muitos jovens nem mesmo sabem o que aconteceu no coração de Pequim em 1989, porque tanto seus pais quanto seus professores não dizem nada a respeito do massacre.
Ativistas de direitos humanos em Hong Kong estimam que cerca de 30 pessoas permanecem na prisão como "líderes" e "arruaceiros". Das pessoas-chave restantes espalhadas pelo mundo, muitas se recolheram na vida privada e algumas se tornaram religiosas.
Casas de chá e oficinas
O eletricista ferroviário Han Dongfang, que atualmente mora em Hong Kong, contraiu tuberculose na prisão e perdeu um pulmão. Ele posteriormente foi autorizado a viajar para os Estados Unidos para tratamento, após líderes sindicais americanos terem se unido em seu apoio. Ele não está mais disposto a falar sobre seu tempo na prisão. "Aquele capítulo da minha vida acabou", ele diz.
Han, um homem com traços delicados e vestido de forma casual mas elegante, fala bem inglês. Ele está sentado em um escritório na Jervois Street, em Sheung Wan, um bairro agitado de casas de chá, oficinas e lojas estreitas. Impedido de voltar para Pequim, Han trabalha para seu país em Hong Kong. Seu "China Labour Bulletin" informa as condições nas fábricas, em canteiros de obras e nas minas na República Popular. Ele apresenta um programa da Rádio Ásia Livre, fala ao telefone com membros de sindicato na China sobre seus direitos e assegura representação legal.
O ex-revolucionário se tornou um homem dedicado a pequenos passos. "Não há sentido em tentar voar quando não se tem asas", ele diz. Ele abandonou a idéia de estabelecer um sindicato independente na China. "Meu sonho é um sistema que permita a negociação entre aos trabalhadores e empregadores. Sindicatos independentes então se desenvolveriam automaticamente."
O sacrifício dos estudantes valeu a pena? "Em 1989, eu nunca ouvi falar de greves", diz Han. "Elas são comuns hoje. Foi o início e temos que continuar."
Wu'er Kaixi, 41 anos, também fez parte do movimento de protesto de 1989. Um membro da minoria uigur, ele estava estudando para se tornar professor na época. Após a morte do popular ex-líder do partido, Hu Yaobang, em meados de abril de 1989, Wu'er e outros estudantes formaram a União Autônoma dos Estudantes de Pequim.
Um mês atrasado
Foi um passo extraordinariamente ousado na época. Após uma greve de fome, e ainda usando as roupas hospitalares, ele apareceu no Grande Salão do Povo, onde o primeiro-ministro Li Peng estava se encontrando com os estudantes enfurecidos. Quando o primeiro-ministro pediu desculpas pelo atraso, Wu'er o interrompeu rudemente, dizendo: "O senhor não está apenas cinco minutos atrasado, está um mês inteiro". Ele agora vive em Taiwan, onde ele e sua esposa taiwanesa têm dois filhos. Wu'er, que agora tem um passaporte taiwanês, engordou e agora corta o cabelo mais curto.
Mesmo 20 anos depois, o Partido Comunista ainda o pune por ter humilhado um alta autoridade diante de câmeras ao vivo. Os pais de Wu'er não são autorizados a deixar a China. Eles nunca viram seus netos, exceto em fotos, e a única comunicação com eles é um telefonema ocasional pela Internet. O próprio Wu'er, apesar de ter frequentado uma universidade americana, nunca realmente conseguiu se estabelecer profissionalmente, apesar de agora trabalhar para uma empresa de investimentos americana.
'Nós queremos a verdade'
Pouco antes do avanço das tropas em 4 de junho, diz Wu'er, um dos filho de Deng Xiaoping enviou para ele uma mensagem para alertar que os protestos terminariam em derramamento de sangue. "Eu perguntei a ele: 'O que você pode nos oferecer se nos retirarmos da Praça Tiananmen?'" Ele não obteve resposta.
Todavia, ele tentou convencer seus colegas a deixarem a praça, mas sem sucesso. Após o massacre, Wu'er fugiu para o sul, onde uma rede de dissidentes e empresários conseguiu levá-lo para Hong Kong. De lá, ele viajou para os Estados Unidos.
Wu'er planejava se encontrar com ex-ativistas em Washington às vésperas do 20º aniversário do massacre da Praça Tiananmen nesta semana. Ele nunca abandonou seu sonho de promover reformas políticas na China: Ele disse: "Não é possível viver no exílio sem esperança".
Enquanto isso, em Pequim, a ex-professora de filosofia Ding Zilin tenta manter viva a memória do massacre. Apesar de seu cabelo grisalho, ela se move com agilidade e elegância. A professora de 72 anos é a mais proeminente das "mães de Tiananmen". Mesmo hoje, ela luta para conter as lágrimas quando fala sobre os eventos.
'Viveu como um homem de verdade'
Ding, que vive no noroeste da capital chinesa, ainda é autorizada a receber visitantes, mas nem sempre é autorizada a deixar seu apartamento. Ela parece exausta e preocupada com seu marido, que está doente. "Em 26 de outubro do ano passado, a polícia realizou uma batida repentina em nosso apartamento. Depois daquilo meu marido teve um ataque cardíaco e ficou em coma por dois dias." Uma pintura a óleo de seu filho, Jiang Jielian, está pendurada na parede. Ele era um estudante de 17 anos quando morreu. Uma foto o mostra segurando uma placa nas mãos que diz: "Vocês cairão e nós permaneceremos". Uma urna de madeira contendo suas cinzas se encontra sob a foto. O pai gravou na urna: "Neste breves 17 anos, você viveu como um homem de verdade".
Na noite de 3 de junho, Jiang Jielian e alguns poucos amigos foram de bicicleta até a Praça Tiananmen. Diplomatas, jornalistas, policiais e professores já tinham se juntado ao movimento estudantil àquela altura, que não mais podia ser caracterizado como uma rebelião de jovens encrenqueiros, como o Partido Comunista continua insistindo até hoje.
Ding ainda era um membro dedicado do partido àquela altura. Mas em 4 de junho, quando as autoridades do partido se recusaram a divulgar os nomes das vítimas e as circunstâncias de suas mortes, ela e seu marido deram as costas ao Partido Comunista. "Nós queremos a verdade. Nós queremos indenização. Nós queremos que os responsáveis sejam julgados", ela diz. Ela publicou três livros, documentou meticulosamente as vidas das muitas vítimas e, juntamente com outras mães, apresentou repetidas petições à liderança do partido.
"O papel da China se tornou mais forte no mundo nos últimos anos", diz Din. Infelizmente, ela acrescenta, o governo agora deve dar menos atenção às críticas do exterior, especialmente desde que a campanha de educação patriótica teve início em 1989 e agora está dando frutos. Os estudantes de hoje, diz Ding, declaram sua solidariedade ao Partido Comunista quando, como aconteceu recentemente durante os Jogos Olímpicos, as críticas estrangeiras se tornam particularmente fortes. Ela está decepcionada com a nova geração. "Eles só se preocupam consigo mesmos e são materialistas. Eles boicotam bens japoneses, mas fazem fila diante do consulado americano para obtenção de vistos para a América."
Agentes da inteligência ficam espreitando diante de seu prédio. Um deles, que grava em vídeo os visitantes, é jovem e tem uma leve semelhança com o filho de Ding. Ele bem que poderia ter sido um daqueles que estavam protestando na Praça Tiananmen há 20 anos.
Tradução: George El Khouri Andolfato
domingo, maio 31, 2009
Morre aos 97 anos a última sobrevivente do Titanic
O Jornal O Dia do Rio acabou de noticiar. Vira-se mais uma página dessa história dramática, pois a última sobrevivente do Titanic se foi. Mas tão jovem que era, não tinha nenhuma recordação da tragédia. Segue a notinha:
Morre aos 97 anos a última sobrevivente do Titanic
Hampshire (Inglaterra) - A última sobrevivente do naufrágio do transatlântico Titanic, Millvina Dean, morreu neste domingo em um asilo de Hampshire, no sudeste da Inglaterra, aos 97 anos. Ela tinha apenas 9 semanas de vida quando o navio afundou, depois de se chocar contra um iceberg, no dia 15 de abril de 1912, e era a mais jovem passageira a bordo.
O desastre causou a morte de 1.517 pessoas, principalmente porque não havia botes salva-vidas suficientes. Entre as vítimas, estava o pai de Millvina Dean, Bertram. Sua mãe e irmã também sobreviveram e voltaram para Southampton, o porto de partida do navio, onde Dean passou a maior parte de sua vida.
Morre aos 97 anos a última sobrevivente do Titanic
Hampshire (Inglaterra) - A última sobrevivente do naufrágio do transatlântico Titanic, Millvina Dean, morreu neste domingo em um asilo de Hampshire, no sudeste da Inglaterra, aos 97 anos. Ela tinha apenas 9 semanas de vida quando o navio afundou, depois de se chocar contra um iceberg, no dia 15 de abril de 1912, e era a mais jovem passageira a bordo.
O desastre causou a morte de 1.517 pessoas, principalmente porque não havia botes salva-vidas suficientes. Entre as vítimas, estava o pai de Millvina Dean, Bertram. Sua mãe e irmã também sobreviveram e voltaram para Southampton, o porto de partida do navio, onde Dean passou a maior parte de sua vida.
sexta-feira, maio 29, 2009
Que países possuem armas nucleares, além da Coréia do Norte?
Signatários do Tratado Sobre a Não-Proliferação de Armas Nucleares se comprometem a não desenvolver energia nuclear para fins militares
Paula Sato (novaescola@atleitor.com.br)
O Tratado Sobre a Não-Proliferação de Armas Nucleares surgiu em 1970, em plena Guerra Fria, mas só foi ratificado em 2002. Assinaram o acordo 188 países, entre os que já possuíam armas nucleares antes de 1967 (Estados Unidos, Reino Unido, Rússia, China e França) e os que ainda não possuem essa tecnologia. Os cinco signatários que são potências nucleares fazem parte do Conselho de Segurança da ONU e, segundo o acordo, se comprometem a não utilizar e nem transferir armas nucleares para outros países ou ajudá-los a adquiri-las. Paulo Edgar de Almeida Resende, Coordenador do Núcleo de Análise de Conjuntura Internacional da PUC-SP, explica que os países que não detêm armas nucleares também possuem o mesmo compromisso. "Quando uma nação faz parte do tratado, tem que excluir qualquer tipo de desenvolvimento de energia nuclear para fins militares. Para que fique claro que não há nenhum direcionamento bélico, o país tem que se abrir para uma fiscalização", diz. O responsável pela inspeção é a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que deve ter acesso a todas as informações sobre os programas nucleares dos signatários do tratado.
O que preocupa a comunidade internacional no momento é que quatro países que também são claramente detentores de armas nucleares não fazem parte do acordo: Índia, Paquistão, Israel e Coréia do Norte. O país asiático se retirou do tratado em 2003 depois de desentendimentos com os Estados Unidos. Desde 1994, a Coréia do Norte havia desativado todo seu programa nuclear, inclusive para a produção de energia elétrica, em troca do envio de petróleo por outros países. Porém, no fim de 2002, os Estados Unidos acusaram o país de sustentar um programa nuclear secreto, cortando a ajuda energética. Com isso, a Coréia do Norte saiu do tratado e reativou suas usinas. Desde então, a comunidade internacional especula se o movimento havia sido apenas uma barganha do governo para voltar a receber ajuda internacional ou se o país estava mesmo engajado em produzir armas nucleares.
Nesta semana, a manchete dos jornais do mundo inteiro foram os exercícios militares da Coréia do Norte, que disparou mísseis balísticos em direção do mar do Japão e fez um teste subterrâneo com uma arma nuclear da mesma magnitude da bomba de Hiroshima (veja a localização dos disparos logo abaixo, no Google Earth). Seria isso um indício de que a Coréia poderia tentar atacar o Japão? Paulo Resende acredita que não, "na verdade, o perigo não é o de que a Coréia do Norte use as armas, mas que ele entre no mercado negro e venda a tecnologia para países do Oriente Médio ou da África". O professor explica que, apesar das tensões na região, o poderio militar japonês é muito superior ao norte-coreano e o país não se arriscaria em uma guerra. "Uma das hipóteses é que a Coréia do Norte queria se mostrar como uma potência nuclear para obrigar os Estados Unidos a colocar um fim à Guerra da Coréia, que formalmente nunca terminou. Também pode ser uma forma de ter um trunfo em relação à Coréia do Sul, que hoje está se tornando uma potência econômica", afirma o professor.
Matéria da Revista Nova Escola on line.
Paula Sato (novaescola@atleitor.com.br)
O Tratado Sobre a Não-Proliferação de Armas Nucleares surgiu em 1970, em plena Guerra Fria, mas só foi ratificado em 2002. Assinaram o acordo 188 países, entre os que já possuíam armas nucleares antes de 1967 (Estados Unidos, Reino Unido, Rússia, China e França) e os que ainda não possuem essa tecnologia. Os cinco signatários que são potências nucleares fazem parte do Conselho de Segurança da ONU e, segundo o acordo, se comprometem a não utilizar e nem transferir armas nucleares para outros países ou ajudá-los a adquiri-las. Paulo Edgar de Almeida Resende, Coordenador do Núcleo de Análise de Conjuntura Internacional da PUC-SP, explica que os países que não detêm armas nucleares também possuem o mesmo compromisso. "Quando uma nação faz parte do tratado, tem que excluir qualquer tipo de desenvolvimento de energia nuclear para fins militares. Para que fique claro que não há nenhum direcionamento bélico, o país tem que se abrir para uma fiscalização", diz. O responsável pela inspeção é a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que deve ter acesso a todas as informações sobre os programas nucleares dos signatários do tratado.
O que preocupa a comunidade internacional no momento é que quatro países que também são claramente detentores de armas nucleares não fazem parte do acordo: Índia, Paquistão, Israel e Coréia do Norte. O país asiático se retirou do tratado em 2003 depois de desentendimentos com os Estados Unidos. Desde 1994, a Coréia do Norte havia desativado todo seu programa nuclear, inclusive para a produção de energia elétrica, em troca do envio de petróleo por outros países. Porém, no fim de 2002, os Estados Unidos acusaram o país de sustentar um programa nuclear secreto, cortando a ajuda energética. Com isso, a Coréia do Norte saiu do tratado e reativou suas usinas. Desde então, a comunidade internacional especula se o movimento havia sido apenas uma barganha do governo para voltar a receber ajuda internacional ou se o país estava mesmo engajado em produzir armas nucleares.
Nesta semana, a manchete dos jornais do mundo inteiro foram os exercícios militares da Coréia do Norte, que disparou mísseis balísticos em direção do mar do Japão e fez um teste subterrâneo com uma arma nuclear da mesma magnitude da bomba de Hiroshima (veja a localização dos disparos logo abaixo, no Google Earth). Seria isso um indício de que a Coréia poderia tentar atacar o Japão? Paulo Resende acredita que não, "na verdade, o perigo não é o de que a Coréia do Norte use as armas, mas que ele entre no mercado negro e venda a tecnologia para países do Oriente Médio ou da África". O professor explica que, apesar das tensões na região, o poderio militar japonês é muito superior ao norte-coreano e o país não se arriscaria em uma guerra. "Uma das hipóteses é que a Coréia do Norte queria se mostrar como uma potência nuclear para obrigar os Estados Unidos a colocar um fim à Guerra da Coréia, que formalmente nunca terminou. Também pode ser uma forma de ter um trunfo em relação à Coréia do Sul, que hoje está se tornando uma potência econômica", afirma o professor.
Matéria da Revista Nova Escola on line.
sábado, maio 23, 2009
Japonesas são as que mais vivem no Mundo, diz a OMS
Esta semana foram liberados os dados sobre expectativa de vida no mundo. As mulheres japonesas são as que apresentam maior longevidade com 86 anos, já os homens, vivem mais em San Marino, atingindo 81 anos, segundo o Japan Times.
Sierra Leoa tem a pior expectativa de vida para os homens, com 39 anos, enquanto o Afeganistão é ruim para ambos os sexos, com 41 anos para homens e 42 para mulheres. O normal no mundo hoje é que as mulheres tenham expectativa de vida maior, ainda que isso não aconteça em um punhado de países por aí. Não consegui abrir o relatório da OMS, pois bugou tudo aqui, daí, só achei dados até 2006. Eu tinha os do ano passado, mas perdi.
O relatório aponta para um aumento significativo da expectativa de vida no mundo desde 1990, seja por causa do fim de algumas guerras, seja por conta das iniciativas na área de saúde. Agora dados meio assustadores, na Eritréia, por exemplo, a expectativa de vida para os homens saltou de 33 anos para 61, e a das mulheres de 12 anos para 65. Está certo isso aqui? Na Libéria, pulou de 29 para 54 para os homens, e de 13 anos para 58 para as mulheres. Eu me espanto da expectativa de vida ser tão baixa para as mulheres. Angola, Bangladesh, Maldivas, Níger e Timor Leste também aumentaram a expectativa de vida em mais ou menos 10 anos, tanto para homens quanto para mulheres.
As piores expectativas de vida para as mulheres estão na Suazilândia (37 anos), depois das de Zâmbia e Serra Leoa (40). Já para os homens estão em Serra Leoa (37 anos), Suazilândia (38), Angola (39) e Zâmbia (40). Os destaques negativos ficam para o Zimbabwe, onde a expectativa de vida para as mulheres caiu em 19 anos desde 1990 e hoje está em 44 anos. Já os homens viviam 57 em 1990, a média hoje é 45. Em Lesoto, a expectative d evida caiu em 16 anos para ambos os sexos, com homens vivendo 43 anos e mulheres 47 anos em média. Em Botswana, Congo, Kenya, África do Sul e Zâmbia também houve queda na expectativa de vida.
Na Rússia, a expectativa de vida caiu desde o fim da URSS, os homens agora vivem em média 60 anos, enquanto antes viviam 64. Já as mulheres, viviam 74 anos em média, agora vivem 73. E está perdendo para o Brasil. As mulheres brasileiras hoje têm expectativa de vida de 75 anos, e os homens, de 68 anos. No mundo inteiro, segundo o relatório, as mulheres vivem, em média, quatro anos a mais que os homens. A expectativa de vida delas é de 68 anos, e a deles, de 64 anos.
Sierra Leoa tem a pior expectativa de vida para os homens, com 39 anos, enquanto o Afeganistão é ruim para ambos os sexos, com 41 anos para homens e 42 para mulheres. O normal no mundo hoje é que as mulheres tenham expectativa de vida maior, ainda que isso não aconteça em um punhado de países por aí. Não consegui abrir o relatório da OMS, pois bugou tudo aqui, daí, só achei dados até 2006. Eu tinha os do ano passado, mas perdi.
O relatório aponta para um aumento significativo da expectativa de vida no mundo desde 1990, seja por causa do fim de algumas guerras, seja por conta das iniciativas na área de saúde. Agora dados meio assustadores, na Eritréia, por exemplo, a expectativa de vida para os homens saltou de 33 anos para 61, e a das mulheres de 12 anos para 65. Está certo isso aqui? Na Libéria, pulou de 29 para 54 para os homens, e de 13 anos para 58 para as mulheres. Eu me espanto da expectativa de vida ser tão baixa para as mulheres. Angola, Bangladesh, Maldivas, Níger e Timor Leste também aumentaram a expectativa de vida em mais ou menos 10 anos, tanto para homens quanto para mulheres.
As piores expectativas de vida para as mulheres estão na Suazilândia (37 anos), depois das de Zâmbia e Serra Leoa (40). Já para os homens estão em Serra Leoa (37 anos), Suazilândia (38), Angola (39) e Zâmbia (40). Os destaques negativos ficam para o Zimbabwe, onde a expectativa de vida para as mulheres caiu em 19 anos desde 1990 e hoje está em 44 anos. Já os homens viviam 57 em 1990, a média hoje é 45. Em Lesoto, a expectative d evida caiu em 16 anos para ambos os sexos, com homens vivendo 43 anos e mulheres 47 anos em média. Em Botswana, Congo, Kenya, África do Sul e Zâmbia também houve queda na expectativa de vida.
Na Rússia, a expectativa de vida caiu desde o fim da URSS, os homens agora vivem em média 60 anos, enquanto antes viviam 64. Já as mulheres, viviam 74 anos em média, agora vivem 73. E está perdendo para o Brasil. As mulheres brasileiras hoje têm expectativa de vida de 75 anos, e os homens, de 68 anos. No mundo inteiro, segundo o relatório, as mulheres vivem, em média, quatro anos a mais que os homens. A expectativa de vida delas é de 68 anos, e a deles, de 64 anos.
sábado, maio 16, 2009
Morre mulher trocada por embaixador na ditadura
Maria Augusta Ribeiro era a única mulher na foto histórica dos presos políticos trocados pelo embaixador americano seqüestrado, Charles Burke Elbrick, em 1969. Segue a matéria da Folha de São Paulo.
Morre mulher trocada por embaixador na ditadura
Maria Augusta Ribeiro havia sofrido um acidente de carro
DA SUCURSAL DO RIO
Única mulher, cercada por 12 homens, em uma foto célebre dos anos da ditadura militar (1964-85), a ouvidora-geral da Petrobras, Maria Augusta Carneiro Ribeiro, morreu ontem no Rio aos 62 anos.
Guta, como era conhecida, estava em estado grave de saúde desde 25 de abril, quando sofreu acidente de carro em Búzios (RJ). Ela morreu de falência múltipla dos órgãos. Deixa três filhos. Seu velório será hoje das 9h às 15h, no cemitério São João Batista.
Ela foi um dos 15 presos políticos banidos em troca da libertação do embaixador dos Estados Unidos Charles Burke Elbrick, sequestrado em setembro de 1969 por duas organizações guerrilheiras. Dois libertados não aparecem na fotografia feita no aeroporto do Galeão porque embarcaram depois no avião, rumo ao México.
Entre os participantes do sequestro estavam o hoje ministro Franklin Martins e o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ). Junto com Guta, saíram 14 homens. O ex-ministro José Dirceu integrava o grupo.
Estudante de direito, Guta militava na Dissidência Comunista da Guanabara, que depois virou Movimento Revolucionário 8 de Outubro. Participou de ações armadas. Foi presa em maio de 1969 e torturada. Na volta do exílio, foi pioneira do PT. Marcou a vida se dedicando a ações sociais. Na Petrobras, ela coordenou o voluntariado.
"Desde menina, ela tem uma enorme fé no gênero humano", escreveu o jornalista Elio Gaspari em 2003. "Embora com armas diferentes, continuo fazendo a mesma coisa, lutando por um Brasil melhor", disse Guta à "Isto É" em 2005.
Maria Augusta Ribeiro havia sofrido um acidente de carro
DA SUCURSAL DO RIO
Única mulher, cercada por 12 homens, em uma foto célebre dos anos da ditadura militar (1964-85), a ouvidora-geral da Petrobras, Maria Augusta Carneiro Ribeiro, morreu ontem no Rio aos 62 anos.
Guta, como era conhecida, estava em estado grave de saúde desde 25 de abril, quando sofreu acidente de carro em Búzios (RJ). Ela morreu de falência múltipla dos órgãos. Deixa três filhos. Seu velório será hoje das 9h às 15h, no cemitério São João Batista.
Ela foi um dos 15 presos políticos banidos em troca da libertação do embaixador dos Estados Unidos Charles Burke Elbrick, sequestrado em setembro de 1969 por duas organizações guerrilheiras. Dois libertados não aparecem na fotografia feita no aeroporto do Galeão porque embarcaram depois no avião, rumo ao México.
Entre os participantes do sequestro estavam o hoje ministro Franklin Martins e o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ). Junto com Guta, saíram 14 homens. O ex-ministro José Dirceu integrava o grupo.
Estudante de direito, Guta militava na Dissidência Comunista da Guanabara, que depois virou Movimento Revolucionário 8 de Outubro. Participou de ações armadas. Foi presa em maio de 1969 e torturada. Na volta do exílio, foi pioneira do PT. Marcou a vida se dedicando a ações sociais. Na Petrobras, ela coordenou o voluntariado.
"Desde menina, ela tem uma enorme fé no gênero humano", escreveu o jornalista Elio Gaspari em 2003. "Embora com armas diferentes, continuo fazendo a mesma coisa, lutando por um Brasil melhor", disse Guta à "Isto É" em 2005.
domingo, maio 10, 2009
segunda-feira, maio 04, 2009
Quando os desenhos vão à guerra
Durante a II Guerra a propaganda foi intensa e o uso da animação foi comum tanto aos Aliados, com destaque para o material da Disney e da Warner, quanto do lado do Eixo, com os japoneses fazendo o seu primeiro longa metragem de animação (“Momotarou Umi no Shinpei - 桃太郎 海の神兵 - Momotarou e os Guerreiros do Mar Divino). Como o Youtube tem todo esse material é fácil encontrá-los, nem que seja aos pedacinhos, como no caso de Momotarou. Quando eu era criança e adolescente, os desenhos de guerra de Popeye, Pernalonga e Pato Donald ainda eram exibidos nas TVs brasileiras. São documentos de época. Segue um pedaço de Momotarou Umi no Shinpei e The Faces of Füher:
sexta-feira, maio 01, 2009
Atlas genético da África mostra origem do homem
Matéria sobre evolução humana na Folha de São Paulo.
Atlas genético da África mostra origem do homem
Estudo de 121 populações africanas sugere que todas descendem de 14 grupos
Varredura também indica que humanos modernos surgiram entre Angola e Namíbia há 200 mil anos e depois colonizaram o globo
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Levou uma década, mas uma equipe internacional de pesquisadores coletou amostras de material genético de 2.432 africanos de 113 populações (outras oito já haviam sido estudadas), muitas delas em locais de difícil acesso. O resultado é o mais completo atlas da diversidade genética no continente onde surgiu a humanidade.
O estudo confirma muito do que se sabe sobre migrações e distribuição de idiomas, embora traga algumas surpresas. Apesar de existirem mais de 2.000 grupos etnolingüísticos diferentes na África, representando um terço das línguas faladas na Terra, elas podem ser divididas em quatro grandes famílias. São a Níger-Cordofão (Sudão), Nilo-Saariana, Afro-asiática e Khoisan.
Mas, principalmente, a pesquisa é uma ferramenta com potencial de esclarecer os fatores de risco genéticos para várias doenças, além de servir para planejar ensaios clínicos mais representativos. Variação genética significa também diferenças na resistência a doenças como câncer, Aids ou malária.
Os cientistas compararam os padrões de variação de 1.327 trechos do código genético de 3.000 africanos. A pesquisa está publicada hoje no periódico científico "Science". Foram estudadas 121 populações africanas, 4 de afroamericanos e 60 de outras partes do mundo.
Apesar de hoje existirem grupos de caçadores-coletores espalhados pelo continente, a pesquisa mostrou que todos têm ancestrais comuns. De acordo com a coordenadora da pesquisa, Sarah Tishkoff, da Universidade da Pensilvânia, essa foi uma das maiores surpresas do estudo.
Estes grupos teriam uma população ancestral que começou a divergir 35 mil anos atrás.
Os dados indicam que os africanos de hoje têm origem em 14 grupos populacionais no passado. O ser humano moderno surgiu na África há 200 mil anos e migrou para o resto do globo nos últimos 100 mil anos.
Por estarem mais tempo em um continente, com populações de relativamente grandes tamanhos e adaptadas a diferentes nichos ecológicos, os africanos possuem uma maior variabilidade genética.
"Nosso objetivo era coletar DNA de uma gama significativa de populações etnicamente e geograficamente variadas na África para que pudéssemos estudar a variação genética para beneficiar os africanos, ao permitir que eles conheçam a história da suas populações e servir de base para pesquisa biomédica", afirmou Tishkoff em entrevista coletiva.
A dificuldade de acesso e de preservação do material era um dos motivos pelos quais a África era pouco representada nos estudos genéticos. "Muitas vezes pode ser um desafio conseguir amostras de DNA de pessoas vivendo em lugares geograficamente remotos e às vezes perigosos", disse Tishkoff.
A pesquisa envolveu muitas vezes viagens de vários dias em veículos com tração 4 X 4. "Tínhamos de trazer todo nosso equipamento, incluindo centrífugas portáteis que precisávamos ligar na bateria do carro, pois freqüentemente não havia eletricidade", disse ela.
Os dados da variação genética confirmam ainda que o "berço" da espécie humana está no sul do continente. A análise indicou também que a migração do homem moderno se originou no sudoeste africano, perto da fronteira na costa entre Namíbia e Angola.
Já o local de "saída" da África teria sido próximo do centro do mar Vermelho.
"A história de todo mundo é parte da história africana, porque todos vieram da África", disse outro autor do estudo, Muntaser Ibrahim, da Universidade de Cartum, Sudão.
Atlas genético da África mostra origem do homem
Estudo de 121 populações africanas sugere que todas descendem de 14 grupos
Varredura também indica que humanos modernos surgiram entre Angola e Namíbia há 200 mil anos e depois colonizaram o globo
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Levou uma década, mas uma equipe internacional de pesquisadores coletou amostras de material genético de 2.432 africanos de 113 populações (outras oito já haviam sido estudadas), muitas delas em locais de difícil acesso. O resultado é o mais completo atlas da diversidade genética no continente onde surgiu a humanidade.
O estudo confirma muito do que se sabe sobre migrações e distribuição de idiomas, embora traga algumas surpresas. Apesar de existirem mais de 2.000 grupos etnolingüísticos diferentes na África, representando um terço das línguas faladas na Terra, elas podem ser divididas em quatro grandes famílias. São a Níger-Cordofão (Sudão), Nilo-Saariana, Afro-asiática e Khoisan.
Mas, principalmente, a pesquisa é uma ferramenta com potencial de esclarecer os fatores de risco genéticos para várias doenças, além de servir para planejar ensaios clínicos mais representativos. Variação genética significa também diferenças na resistência a doenças como câncer, Aids ou malária.
Os cientistas compararam os padrões de variação de 1.327 trechos do código genético de 3.000 africanos. A pesquisa está publicada hoje no periódico científico "Science". Foram estudadas 121 populações africanas, 4 de afroamericanos e 60 de outras partes do mundo.
Apesar de hoje existirem grupos de caçadores-coletores espalhados pelo continente, a pesquisa mostrou que todos têm ancestrais comuns. De acordo com a coordenadora da pesquisa, Sarah Tishkoff, da Universidade da Pensilvânia, essa foi uma das maiores surpresas do estudo.
Estes grupos teriam uma população ancestral que começou a divergir 35 mil anos atrás.
Os dados indicam que os africanos de hoje têm origem em 14 grupos populacionais no passado. O ser humano moderno surgiu na África há 200 mil anos e migrou para o resto do globo nos últimos 100 mil anos.
Por estarem mais tempo em um continente, com populações de relativamente grandes tamanhos e adaptadas a diferentes nichos ecológicos, os africanos possuem uma maior variabilidade genética.
"Nosso objetivo era coletar DNA de uma gama significativa de populações etnicamente e geograficamente variadas na África para que pudéssemos estudar a variação genética para beneficiar os africanos, ao permitir que eles conheçam a história da suas populações e servir de base para pesquisa biomédica", afirmou Tishkoff em entrevista coletiva.
A dificuldade de acesso e de preservação do material era um dos motivos pelos quais a África era pouco representada nos estudos genéticos. "Muitas vezes pode ser um desafio conseguir amostras de DNA de pessoas vivendo em lugares geograficamente remotos e às vezes perigosos", disse Tishkoff.
A pesquisa envolveu muitas vezes viagens de vários dias em veículos com tração 4 X 4. "Tínhamos de trazer todo nosso equipamento, incluindo centrífugas portáteis que precisávamos ligar na bateria do carro, pois freqüentemente não havia eletricidade", disse ela.
Os dados da variação genética confirmam ainda que o "berço" da espécie humana está no sul do continente. A análise indicou também que a migração do homem moderno se originou no sudoeste africano, perto da fronteira na costa entre Namíbia e Angola.
Já o local de "saída" da África teria sido próximo do centro do mar Vermelho.
"A história de todo mundo é parte da história africana, porque todos vieram da África", disse outro autor do estudo, Muntaser Ibrahim, da Universidade de Cartum, Sudão.
A trajetória de Bonaparte
Resenha da minissérie Napoleão do Correio Braziliense. :)
DVD - A trajetória de Bonaparte
Ricardo Daehn
Sem caracterização marcante no cinema contemporâneo, Napoleão Bonaparte (interpretado, antes, por atores como Marlon Brando e Rod Steiger) teve, há seis anos, uma representação mais precisa em minissérie com qualidade suntuosa: nove países serviram de locação para o produto de US$ 50 milhões (o mais caro do segmento, em 2002) que mobilizou 150 atores e 20 mil figurantes. Inédita no mercado de DVD, a produção, chancelada pelo canal a cabo A&E e candidata a sete prêmios Emmy, sai pela Versátil Home Video na versão em francês (foi rodada simultaneamente em inglês). À frente do projeto, o diretor canadense Yves Simoneau continua a trilhar rastro histórico que já rendeu a atualização de O julgamento de Nuremberg; o exame da vida de Maria Antonieta (em série) e críticas ao tratamento reservado a índios em Enterrem meu coração na curva do rio.
Organizado em quatro capítulos, em ordem cronológica, Napoleão se desenvolve em mais de seis horas, com o personagem-título aos 26 anos. Como em qualquer obra que mexa com mitos, haverá quem reclame de omissões ou de alguma superficialidade no retrato de ações militares. Por opção, Simoneau buscou enfoque que favorece a parcela humana da figura, mas nunca dispensando fatos extraídos do best-seller de Max Gallo, adaptado por Didier Decoin (roteirista de O Conde de Monte Cristo, Os miseráveis e Balzac). Mais conhecido por composições cômicas, Christian Clavier (o Astérix do cinema) encara a personagem com transformações sutis, desde a postura de artilheiro — na qual confirma a vocação de estrategista e defende a República como categórico instrumento de “harmonia” — até a centralização dissimulada de poder e o alcance do status de imperador com alta popularidade, passado o desastroso reinado de Luís XVIII (desautorizado por ele).
Num primeiro momento da série, Napoleão, em 1818, está exilado na Ilha de Santa Helena (no Atlântico Sul), governada pelo britânico Hudson Lowe, acuado e tendo como confidente a jovem Betsy Balcombe. Nesse ponto, há súbita intromissão do passado de conquistas que será desfilado, com atenção para a perigosa relação estabelecida com a Rússia, a sensação da primeira saudação coletiva pelo povo e o uso de frases de efeito (“O Exército sou eu”, “Poder não é senão aparência” e “Declaro paz ao mundo”), além do grotesco trato com os reis espanhóis Carlos IV e Fernando VII, isso tudo ao lado das sucessivas conseqüências da derrota na belga Waterloo.
Artifício bem controlado pelo cineasta, que evita a carga de novelão, a exposição de dados familiares revigora a trama, que não se limita aos feitos da política expansionista de Napoleão. O contraponto dá boas chances para as presenças de Isabella Rossellini e Anouk Aimée. Ainda que invista nos casos adúlteros com as belas Marie Walewska (condessa da Polônia) e Marie Louise, a minissérie consegue delimitar bem o cenário político, repleto de confabulações palacianas.
Cercado de raposas, como o ministro Joseph Fouché (interpretado por Gérard Depardieu, coprodutor da obra) e o ardiloso diplomata Charles Talleyrand (John Malkovich, sorrateiro ao extremo e candidato ao Emmy de melhor coadjuvante), o Napoleão de Christian Clavier não se exalta, como esperado, nessa versão de Yves Simoneau atenta ao impacto da “altivez sufocada” ainda nos tempos escolares do soberano. Morto aos 52 anos, Bonaparte, na série, recebe retrato digno, com momentos grandiosos, alguns aptos a revelações na evolução de táticas de guerra e outros célebres, como o da autocoroação (tendo o Papa na platéia).
NAPOLEÃO
(Napoléon, França, 2002, 377min). Caixa com dois DVDs da minissérie de Yves Simoneau. Com Christian Clavier, Isabella Rossellini, Anouk Aimée, John Malkovich e Julian Sands. Preço sugerido: R$ 75. Não recomendado para menores de 14 anos.
DVD - A trajetória de Bonaparte
Ricardo Daehn
Sem caracterização marcante no cinema contemporâneo, Napoleão Bonaparte (interpretado, antes, por atores como Marlon Brando e Rod Steiger) teve, há seis anos, uma representação mais precisa em minissérie com qualidade suntuosa: nove países serviram de locação para o produto de US$ 50 milhões (o mais caro do segmento, em 2002) que mobilizou 150 atores e 20 mil figurantes. Inédita no mercado de DVD, a produção, chancelada pelo canal a cabo A&E e candidata a sete prêmios Emmy, sai pela Versátil Home Video na versão em francês (foi rodada simultaneamente em inglês). À frente do projeto, o diretor canadense Yves Simoneau continua a trilhar rastro histórico que já rendeu a atualização de O julgamento de Nuremberg; o exame da vida de Maria Antonieta (em série) e críticas ao tratamento reservado a índios em Enterrem meu coração na curva do rio.
Organizado em quatro capítulos, em ordem cronológica, Napoleão se desenvolve em mais de seis horas, com o personagem-título aos 26 anos. Como em qualquer obra que mexa com mitos, haverá quem reclame de omissões ou de alguma superficialidade no retrato de ações militares. Por opção, Simoneau buscou enfoque que favorece a parcela humana da figura, mas nunca dispensando fatos extraídos do best-seller de Max Gallo, adaptado por Didier Decoin (roteirista de O Conde de Monte Cristo, Os miseráveis e Balzac). Mais conhecido por composições cômicas, Christian Clavier (o Astérix do cinema) encara a personagem com transformações sutis, desde a postura de artilheiro — na qual confirma a vocação de estrategista e defende a República como categórico instrumento de “harmonia” — até a centralização dissimulada de poder e o alcance do status de imperador com alta popularidade, passado o desastroso reinado de Luís XVIII (desautorizado por ele).
Num primeiro momento da série, Napoleão, em 1818, está exilado na Ilha de Santa Helena (no Atlântico Sul), governada pelo britânico Hudson Lowe, acuado e tendo como confidente a jovem Betsy Balcombe. Nesse ponto, há súbita intromissão do passado de conquistas que será desfilado, com atenção para a perigosa relação estabelecida com a Rússia, a sensação da primeira saudação coletiva pelo povo e o uso de frases de efeito (“O Exército sou eu”, “Poder não é senão aparência” e “Declaro paz ao mundo”), além do grotesco trato com os reis espanhóis Carlos IV e Fernando VII, isso tudo ao lado das sucessivas conseqüências da derrota na belga Waterloo.
Artifício bem controlado pelo cineasta, que evita a carga de novelão, a exposição de dados familiares revigora a trama, que não se limita aos feitos da política expansionista de Napoleão. O contraponto dá boas chances para as presenças de Isabella Rossellini e Anouk Aimée. Ainda que invista nos casos adúlteros com as belas Marie Walewska (condessa da Polônia) e Marie Louise, a minissérie consegue delimitar bem o cenário político, repleto de confabulações palacianas.
Cercado de raposas, como o ministro Joseph Fouché (interpretado por Gérard Depardieu, coprodutor da obra) e o ardiloso diplomata Charles Talleyrand (John Malkovich, sorrateiro ao extremo e candidato ao Emmy de melhor coadjuvante), o Napoleão de Christian Clavier não se exalta, como esperado, nessa versão de Yves Simoneau atenta ao impacto da “altivez sufocada” ainda nos tempos escolares do soberano. Morto aos 52 anos, Bonaparte, na série, recebe retrato digno, com momentos grandiosos, alguns aptos a revelações na evolução de táticas de guerra e outros célebres, como o da autocoroação (tendo o Papa na platéia).
NAPOLEÃO
(Napoléon, França, 2002, 377min). Caixa com dois DVDs da minissérie de Yves Simoneau. Com Christian Clavier, Isabella Rossellini, Anouk Aimée, John Malkovich e Julian Sands. Preço sugerido: R$ 75. Não recomendado para menores de 14 anos.
sábado, abril 25, 2009
Seleção para ser um jovem embaixador
O Correio Braziliense trouxe a notícia hoje sobre a seleção para o programa Jovem Embaixador. Há credenciamento em todo o Brasil, então, acessem o site logo abaixo e se informe se você não é residente de Brasília. É somente para alunos e alunas de escolas públicas, então, divulguem entre os seus conhecidos, alunos e alunas, ou, se você está no perfil, se inscreva. Não tenha medo da exigência da boa fluência em inglês. Se informe antes de ter medo. Segue as informações:
Número de vagas: 35
Período de inscrições: De 27 de abril a 12 de agosto
Quem pode participar: Os candidatos devem ser estudantes de escolas da rede pública, ter entre 15 e 18 anos, nunca ter viajado para o exterior, ter boa fluência oral em inglês, apresentar bom desempenho escolar, entre outros requisitos.
Como se inscrever: Os interessados devem acessar o site www.jovensembaixadores.org preencher a ficha de inscrição e separar a documentação exigida. Depois, devem entregar tudo na secretaria do Centro Interescolar de Línguas 1 de Brasília (SGAS 908 Md 25/26, no mesmo prédio do colégio Elefante Branco)
A seleção: Cada instituição parceira do programa vai selecionar três jovens. Haverá uma prova, depois, uma entrevista e, por fim, uma visita à casa dos candidatos. Um aluno de cada instituição será escolhido.
O prêmio: Os 35 jovens embaixadores vão para os Estados Unidos, no período de 9 a 30 de janeiro de 2010.
Número de vagas: 35
Período de inscrições: De 27 de abril a 12 de agosto
Quem pode participar: Os candidatos devem ser estudantes de escolas da rede pública, ter entre 15 e 18 anos, nunca ter viajado para o exterior, ter boa fluência oral em inglês, apresentar bom desempenho escolar, entre outros requisitos.
Como se inscrever: Os interessados devem acessar o site www.jovensembaixadores.org preencher a ficha de inscrição e separar a documentação exigida. Depois, devem entregar tudo na secretaria do Centro Interescolar de Línguas 1 de Brasília (SGAS 908 Md 25/26, no mesmo prédio do colégio Elefante Branco)
A seleção: Cada instituição parceira do programa vai selecionar três jovens. Haverá uma prova, depois, uma entrevista e, por fim, uma visita à casa dos candidatos. Um aluno de cada instituição será escolhido.
O prêmio: Os 35 jovens embaixadores vão para os Estados Unidos, no período de 9 a 30 de janeiro de 2010.
sábado, abril 18, 2009
Conhecendo Brasília no seu aniversário
No próximo dia 21 de abril, Brasília completa 49 anos. A grande festa será no ano que vem, mas sevocê visita a cidade ou mesmo mora aqui, existem lugares que vale a pena visitar. O Correio Braziliense fez uma lista deles. Eu não recomendo o Jardim Botânico, ir até lá foi uma das minhas experiências mais frustrantes. Recomendo o Pontão do Lago Sul, e sei que ela não está na lista porque destoa da arquitetura "muderna". Jardim Zoológico só para quem tem criança. A Igreja ao lado do Colégio Dom Bosco é muito bonita e merecia estar na lista, também. O Quartel General do Exército é uma das coisas mais deprimentes que já vi. Só mesmo para os apaixonados por Arquitetura Moderna. O Templo da LBV também merece uma olhadinha. Ele est´na foto acima, tem forma de pirâmide.
Conhecendo a cidade
Praça dos Três Poderes
Idealizada por Lucio Costa e projetada por Oscar Niemeyer, permite uma visão das sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Na praça encontra-se a escultura Os Guerreiros, de Bruno Giorgi, considerado um símbolo de Brasília. Em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal, a escultura A Justiça é de autoria de Alfredo Ceschiatti. Há ainda a Pira da Pátria e o Marco Brasília. Localizada na Esplanada dos Ministérios.
É aberta e pode ser visitada a qualquer hora.
Espaço Lucio Costa
Reformado recentemente, o espaço mostra uma maquete de Brasília, com 179 metros quadrados. É uma construção subterrânea, localizada na Praça dos Três Poderes.
A visitação é diária, das 9h às 18h.
Congresso Nacional
Cartão-postal de Brasília, com concepção plástica arrojada, a sede do Poder Legislativo brasileiro é um conjunto de construções onde se destacam as duas cúpulas representando os plenários: a cúpula maior (convexa), do plenário da Câmara dos Deputados, e a cúpula pequena (côncava), que abriga o plenário do Senado Federal. Está localizado na Esplanada dos Ministérios.
Em ambas as Casas, as visitas são guiadas. Grupos com mais de 10 pessoas precisam agendar. Nos fins de semana e feriados, a partir das 9h até as 14h.
Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida
Os 16 pilares curvos de concreto aparente que se unem no topo da Catedral representariam a coroa de espinhos de Jesus. A igreja possui um expressivo acervo de obras de arte: no lado externo, as esculturas dos quatro evangelistas, de Alfredo Ceschiatti, as pinturas de Di Cavalcante, os vitrais de Marianne Peretti, e um painel em cerâmica de Athos Bulcão, no Batistério. Também fica na Esplanada dos Ministérios.
Aberta para visitação diariamente das 8h às 18h.
Teatro Nacional Cláudio Santoro
Projeto de Oscar Niemeyer tem a forma de pirâmide irregular. No foyer, podem ser vistas as esculturas O Contorcionista, de Alfredo Ceschiatti, e O Pássaro, de Marianne Peretti, além do projeto paisagístico de Burle Marx. Possui três salas de espetáculo: Villa Lobos, Martins Penna e Alberto Nepomuceno. Às margens do Eixo Monumental.
A visitação ocorre diariamente das 9h às 20h.
Conjunto Cultural da República
Inaugurado no dia 15 de dezembro de 2006, é uma obra do renomado arquiteto Oscar Niemeyer. Está localizado entre a Rodoviária do Plano Piloto e a Catedral, possui o Museu da República e a Biblioteca Nacional.
A visitação estará aberta durante todo o fim de semana, das 9h às 17h.
Torre de Televisão
Projeto de Lucio Costa, é o ponto mais alto de todo o Plano Piloto, com 224m de altura. Do mirante, localizado a 75m, tem-se uma visão completa do Eixo Monumental. No térreo, em volta da torre, acontece, nos fins de semana, a mais tradicional feira de artesanato de Brasília, conhecida como a “Feira da Torre”.
Visitação de terça a domingo, das 8h às 20h.
Palácio do Buriti
Projeto do arquiteto Nauro Jorge Esteves, é a sede do Governo do Distrito Federal. Em frente ao Palácio há uma cópia da famosa escultura da Loba Romana amamentando os irmãos Rômulo e Remo. A escultura, uma doação do governo da Itália, é símbolo da fundação de Roma, cidade-irmã de Brasília que aniversaria também no dia 21 de abril. Às margens do Eixo Monumental.
Visitação apenas da parte externa.
Memorial JK
Prédio-mausoléu projetado por Oscar Niemeyer para guardar os restos mortais de Juscelino Kubitschek. Possui uma biblioteca com 3 mil volumes que pertenceram ao ex-presidente. Em exposição permanente, objetos e fotos do fundador de Brasília. Localizado às margens do Eixo Monumental.
Aberto para visitas no fim de semana, das 9h às 17h45. No feriado de 21 de abril, estará fechado.
Quartel General do Exército
Projeto arquitetônico de Niemeyer e paisagístico de Burle Marx. É um conjunto de edifícios de linhas sóbrias, complementado por um palanque monumental, pela Praça dos Cristais e pelo Oratório do Soldado. Fica no Setor Militar Urbano.
Visitação somente na área externa.
Palácio da Alvorada
A residência oficial do presidente da República foi projetada em 1956. É um edifício retangular de dois pavimentos que tem como principal elemento as colunas de mármore branco que emolduram as fachadas longitudinais e tornaram símbolo da capital. Na Península Norte.
A visitação externa é diária e a interna só ocorre às quartas-feiras.
Catetinho
Foi a primeira residência oficial do presidente Juscelino Kubitschek em Brasília. Construído em apenas 10 dias, é uma edificação bem simples, em madeira, com apenas dois andares. Hoje nele funciona um museu que guarda móveis e objetos pessoais de Juscelino, utilizados durante o período de construção da cidade. Fica no Km 0 da BR-040, na região do Gama.
A visitação é diária das 9h às 17h, inclusive no aniversário de Brasília.
Ponte JK
Eleita em 2003 como a ponte mais bonita do mundo pela Sociedade de Engenharia do Estado da Pennsylvania, nos Estados Unidos, a Ponte Juscelino Kubitschek — obra do arquiteto Alexandre Chan — é um exemplo de arrojo arquitetônico que faz jus ao espírito de mudança que foi o marco da construção de Brasília. Fica na parte sul do Lago Paranoá.
A visitação é livre.
Parque da Cidade Sarah Kubitschek
É a maior área de lazer de Brasília. Possui restaurantes, anfiteatro, kartódramo, parques infantis, ciclovia, bosques com churrasqueiras e centro hípico. Localizado na Asa Sul.
Visitação diária, das 5h às 24h.
Parque Nacional de Brasília
A Água Mineral é uma unidade de conservação ambiental federal com 30 mil hectares. Possui centro de visitantes, trilhas ecológicas e parques aquáticos, com duas piscinas de água mineral corrente. Fica no Setor de Armazenamento e Abastecimento Norte.
Visitação durante o fim de semana, das 8h às 16h.
Parque Olhos D'Água
Possui trilhas, parque infantil e equipamentos de ginástica. A vegetação é nativa do cerrado, possui exemplares de fauna e uma das atrações é a Lagoa do Sapo. Possui ainda estrutura para atividades de educação ambiental. Localizado no final da Asa Norte.
Visitação diária, das 6h às 20h.
Jardim Botânico
São 526 hectares abertos à visitação pública com trilhas que permitem ao visitante conhecer as várias espécies de cerrado. Vale a pena visitar o jardim de cheiros e o horto de plantas medicinais. Na região do Lago Sul.
Visitação de terça a domingo, das 9h às 17h.
Jardim Zoológico
Alguns dos animais mais exuberantes da fauna brasileira habitam o cerrado e podem ser vistos no Zoológico: as onças pintada e parda, o lobo-guará, a lontra, as ariranhas, entre outros. Às margens da Estrada Parque Guará.
Visitação de terça a domingo, das 9h às 17h.
Rainha da Paz
Um projeto de Oscar Niemeyer e tem o formato original de uma barraca de campanha. Durante visita feita a Brasília, em 1991, o papa João Paulo II abençoou a pedra fundamental da catedral que ficou pronta em 1994. Às margens do Eixo Monumental.
Visitação: todos os dias, das 7h às 20h.
Ermida Dom Bosco
Capela em forma de pirâmide, a Ermida foi construída às margens do Lago Paranoá em homenagem ao santo italiano São João Belchior Bosco, que previu, em 1883, o surgimento de uma nova civilização. É um ponto de rara beleza, com uma visão privilegiada de toda a cidade.
Visitação todos os dias, das 8h às 22h.
Conhecendo a cidade
Praça dos Três Poderes
Idealizada por Lucio Costa e projetada por Oscar Niemeyer, permite uma visão das sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Na praça encontra-se a escultura Os Guerreiros, de Bruno Giorgi, considerado um símbolo de Brasília. Em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal, a escultura A Justiça é de autoria de Alfredo Ceschiatti. Há ainda a Pira da Pátria e o Marco Brasília. Localizada na Esplanada dos Ministérios.
É aberta e pode ser visitada a qualquer hora.
Espaço Lucio Costa
Reformado recentemente, o espaço mostra uma maquete de Brasília, com 179 metros quadrados. É uma construção subterrânea, localizada na Praça dos Três Poderes.
A visitação é diária, das 9h às 18h.
Congresso Nacional
Cartão-postal de Brasília, com concepção plástica arrojada, a sede do Poder Legislativo brasileiro é um conjunto de construções onde se destacam as duas cúpulas representando os plenários: a cúpula maior (convexa), do plenário da Câmara dos Deputados, e a cúpula pequena (côncava), que abriga o plenário do Senado Federal. Está localizado na Esplanada dos Ministérios.
Em ambas as Casas, as visitas são guiadas. Grupos com mais de 10 pessoas precisam agendar. Nos fins de semana e feriados, a partir das 9h até as 14h.
Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida
Os 16 pilares curvos de concreto aparente que se unem no topo da Catedral representariam a coroa de espinhos de Jesus. A igreja possui um expressivo acervo de obras de arte: no lado externo, as esculturas dos quatro evangelistas, de Alfredo Ceschiatti, as pinturas de Di Cavalcante, os vitrais de Marianne Peretti, e um painel em cerâmica de Athos Bulcão, no Batistério. Também fica na Esplanada dos Ministérios.
Aberta para visitação diariamente das 8h às 18h.
Teatro Nacional Cláudio Santoro
Projeto de Oscar Niemeyer tem a forma de pirâmide irregular. No foyer, podem ser vistas as esculturas O Contorcionista, de Alfredo Ceschiatti, e O Pássaro, de Marianne Peretti, além do projeto paisagístico de Burle Marx. Possui três salas de espetáculo: Villa Lobos, Martins Penna e Alberto Nepomuceno. Às margens do Eixo Monumental.
A visitação ocorre diariamente das 9h às 20h.
Conjunto Cultural da República
Inaugurado no dia 15 de dezembro de 2006, é uma obra do renomado arquiteto Oscar Niemeyer. Está localizado entre a Rodoviária do Plano Piloto e a Catedral, possui o Museu da República e a Biblioteca Nacional.
A visitação estará aberta durante todo o fim de semana, das 9h às 17h.
Torre de Televisão
Projeto de Lucio Costa, é o ponto mais alto de todo o Plano Piloto, com 224m de altura. Do mirante, localizado a 75m, tem-se uma visão completa do Eixo Monumental. No térreo, em volta da torre, acontece, nos fins de semana, a mais tradicional feira de artesanato de Brasília, conhecida como a “Feira da Torre”.
Visitação de terça a domingo, das 8h às 20h.
Palácio do Buriti
Projeto do arquiteto Nauro Jorge Esteves, é a sede do Governo do Distrito Federal. Em frente ao Palácio há uma cópia da famosa escultura da Loba Romana amamentando os irmãos Rômulo e Remo. A escultura, uma doação do governo da Itália, é símbolo da fundação de Roma, cidade-irmã de Brasília que aniversaria também no dia 21 de abril. Às margens do Eixo Monumental.
Visitação apenas da parte externa.
Memorial JK
Prédio-mausoléu projetado por Oscar Niemeyer para guardar os restos mortais de Juscelino Kubitschek. Possui uma biblioteca com 3 mil volumes que pertenceram ao ex-presidente. Em exposição permanente, objetos e fotos do fundador de Brasília. Localizado às margens do Eixo Monumental.
Aberto para visitas no fim de semana, das 9h às 17h45. No feriado de 21 de abril, estará fechado.
Quartel General do Exército
Projeto arquitetônico de Niemeyer e paisagístico de Burle Marx. É um conjunto de edifícios de linhas sóbrias, complementado por um palanque monumental, pela Praça dos Cristais e pelo Oratório do Soldado. Fica no Setor Militar Urbano.
Visitação somente na área externa.
Palácio da Alvorada
A residência oficial do presidente da República foi projetada em 1956. É um edifício retangular de dois pavimentos que tem como principal elemento as colunas de mármore branco que emolduram as fachadas longitudinais e tornaram símbolo da capital. Na Península Norte.
A visitação externa é diária e a interna só ocorre às quartas-feiras.
Catetinho
Foi a primeira residência oficial do presidente Juscelino Kubitschek em Brasília. Construído em apenas 10 dias, é uma edificação bem simples, em madeira, com apenas dois andares. Hoje nele funciona um museu que guarda móveis e objetos pessoais de Juscelino, utilizados durante o período de construção da cidade. Fica no Km 0 da BR-040, na região do Gama.
A visitação é diária das 9h às 17h, inclusive no aniversário de Brasília.
Ponte JK
Eleita em 2003 como a ponte mais bonita do mundo pela Sociedade de Engenharia do Estado da Pennsylvania, nos Estados Unidos, a Ponte Juscelino Kubitschek — obra do arquiteto Alexandre Chan — é um exemplo de arrojo arquitetônico que faz jus ao espírito de mudança que foi o marco da construção de Brasília. Fica na parte sul do Lago Paranoá.
A visitação é livre.
Parque da Cidade Sarah Kubitschek
É a maior área de lazer de Brasília. Possui restaurantes, anfiteatro, kartódramo, parques infantis, ciclovia, bosques com churrasqueiras e centro hípico. Localizado na Asa Sul.
Visitação diária, das 5h às 24h.
Parque Nacional de Brasília
A Água Mineral é uma unidade de conservação ambiental federal com 30 mil hectares. Possui centro de visitantes, trilhas ecológicas e parques aquáticos, com duas piscinas de água mineral corrente. Fica no Setor de Armazenamento e Abastecimento Norte.
Visitação durante o fim de semana, das 8h às 16h.
Parque Olhos D'Água
Possui trilhas, parque infantil e equipamentos de ginástica. A vegetação é nativa do cerrado, possui exemplares de fauna e uma das atrações é a Lagoa do Sapo. Possui ainda estrutura para atividades de educação ambiental. Localizado no final da Asa Norte.
Visitação diária, das 6h às 20h.
Jardim Botânico
São 526 hectares abertos à visitação pública com trilhas que permitem ao visitante conhecer as várias espécies de cerrado. Vale a pena visitar o jardim de cheiros e o horto de plantas medicinais. Na região do Lago Sul.
Visitação de terça a domingo, das 9h às 17h.
Jardim Zoológico
Alguns dos animais mais exuberantes da fauna brasileira habitam o cerrado e podem ser vistos no Zoológico: as onças pintada e parda, o lobo-guará, a lontra, as ariranhas, entre outros. Às margens da Estrada Parque Guará.
Visitação de terça a domingo, das 9h às 17h.
Rainha da Paz
Um projeto de Oscar Niemeyer e tem o formato original de uma barraca de campanha. Durante visita feita a Brasília, em 1991, o papa João Paulo II abençoou a pedra fundamental da catedral que ficou pronta em 1994. Às margens do Eixo Monumental.
Visitação: todos os dias, das 7h às 20h.
Ermida Dom Bosco
Capela em forma de pirâmide, a Ermida foi construída às margens do Lago Paranoá em homenagem ao santo italiano São João Belchior Bosco, que previu, em 1883, o surgimento de uma nova civilização. É um ponto de rara beleza, com uma visão privilegiada de toda a cidade.
Visitação todos os dias, das 8h às 22h.
sexta-feira, abril 17, 2009
Federais terão quatro maneiras de usar novo Enem como vestibular, diz MEC
Como é uma discussão importante. Decidi postar a matéria que está na página do UOL.
Federais terão quatro maneiras de usar novo Enem como vestibular, diz MEC
Simone Harnik
Em São Paulo
O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira (17) que as universidades federais terão quatro formas de utilizar o novo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) como vestibular.
O MEC (Ministério da Educação) pretende defender a implantação da nova prova como fase única de seleção para as universidades. "Mas qualquer forma de participação é melhor do que nenhuma", disse Haddad em entrevista coletiva em Brasília.
O comitê que discute e elabora as diretrizes do novo Enem definiu que as quatro formas de participação das universidades serão as seguintes:
1- usar o Enem como prova única para a seleção de ingresso;
2- substituir apenas a primeira fase do vestibular pelo Enem;
3- combinar a nota do Enem com a nota do vestibular tradicional. Nesta modalidade, a universidade fica livre para decidir um percentual do Enem que será utilizado na média definitiva;
4- usar o Enem como fase única apenas para as vagas não ociosas da universidade.
"Universidades que entendem que podem dar um passo mais ousado, darão. Por que vedar a participação por outra metodologia daquelas que não se sentem seguras para adotar o Enem como fase única? Seria autoritário e arbitrário da parte do MEC só aceitar participação na modalidade de fase única", disse Haddad.
Segundo o ministro, as instituições de ensino terão liberdade para escolher qual forma adotar e para sugerir outras aplicações do novo Enem no ingresso e na seleção de vestibulandos.
As universidades poderão, inclusive, utilizar mais de uma modalidade, dependendo do curso. Ou seja, será possível, por exemplo, adotar o novo Enem como fase única para cursos menos concorridos, e como primeira fase para graduações mais disputadas - que é o caso de medicina.
Haddad afirma que há reitores que temem que adotar o Enem no lugar do vestibular pode prejudicar a inclusão social. "O novo Enem é compatível com ações afirmativas", assegurou. Outros dirigentes de federais temem pelo rompimento da tradição do vestibular, acrescentou o ministro.
Haddad esteve reunido por mais de duas horas no comitê que organiza o novo Enem. Estiveram presentes reitores de federais, como Amaro Henrique Pessoa Lins, presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior).
O comitê definiu nessa sexta que o Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação) deverá participar da elaboração da nova prova - pois é responsável pela oferta do ensino médio no país. Sociedades científicas também serão convidadas a participar das discussões sobre o novo modelo de Enem.
Simone Harnik
Em São Paulo
O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira (17) que as universidades federais terão quatro formas de utilizar o novo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) como vestibular.
O MEC (Ministério da Educação) pretende defender a implantação da nova prova como fase única de seleção para as universidades. "Mas qualquer forma de participação é melhor do que nenhuma", disse Haddad em entrevista coletiva em Brasília.
O comitê que discute e elabora as diretrizes do novo Enem definiu que as quatro formas de participação das universidades serão as seguintes:
1- usar o Enem como prova única para a seleção de ingresso;
2- substituir apenas a primeira fase do vestibular pelo Enem;
3- combinar a nota do Enem com a nota do vestibular tradicional. Nesta modalidade, a universidade fica livre para decidir um percentual do Enem que será utilizado na média definitiva;
4- usar o Enem como fase única apenas para as vagas não ociosas da universidade.
"Universidades que entendem que podem dar um passo mais ousado, darão. Por que vedar a participação por outra metodologia daquelas que não se sentem seguras para adotar o Enem como fase única? Seria autoritário e arbitrário da parte do MEC só aceitar participação na modalidade de fase única", disse Haddad.
Segundo o ministro, as instituições de ensino terão liberdade para escolher qual forma adotar e para sugerir outras aplicações do novo Enem no ingresso e na seleção de vestibulandos.
As universidades poderão, inclusive, utilizar mais de uma modalidade, dependendo do curso. Ou seja, será possível, por exemplo, adotar o novo Enem como fase única para cursos menos concorridos, e como primeira fase para graduações mais disputadas - que é o caso de medicina.
Haddad afirma que há reitores que temem que adotar o Enem no lugar do vestibular pode prejudicar a inclusão social. "O novo Enem é compatível com ações afirmativas", assegurou. Outros dirigentes de federais temem pelo rompimento da tradição do vestibular, acrescentou o ministro.
Haddad esteve reunido por mais de duas horas no comitê que organiza o novo Enem. Estiveram presentes reitores de federais, como Amaro Henrique Pessoa Lins, presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior).
O comitê definiu nessa sexta que o Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação) deverá participar da elaboração da nova prova - pois é responsável pela oferta do ensino médio no país. Sociedades científicas também serão convidadas a participar das discussões sobre o novo modelo de Enem.
sexta-feira, fevereiro 13, 2009
A xenofobia cresce no mundo
E a Europa vê a proliferação de grupos ultranacionalistas que não têm vergonha alguma de terem seus nomes associados ao passado nazista. Concomitantemente, torna-se moda negar o Holocausto ou o caráter racista de certas medidas. Segue o exemplo de dois cartazes d epartidos racistas, o original suíço, e a cópia portuguesa. Uma imagem fala mais do que mil palavras.
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