Matéria da Revista Época desta semana. Vale a pena dar uma olhada, afinal, a Vera Cruz foi, junto com a Atlântida, a grande fábrica brasileira de cinema.
Os melhores filmes da Vera Cruz, de graça
Mariana Shirai
Você não precisa esperar a programação da próxima mostra de cinema brasileira. De sua casa, já dá para assistir a alguns dos melhores filmes produzidos no país. Também dá para ler todas as novidades culturais da década de 20 – ou até antes. O acesso, pela internet, está sendo garantido por dois sites culturais, donos de grandes acervos.
Depois de colocar no ar a poesia completa de Vinícius de Moraes, a Brasiliana Digital liberou para o acesso gratuito e ilimitado os fac-símiles das principais revistas culturais brasileiras do século XIX e XX. Em brasiliana.usp.br é possível encontrar marcos da crítica cultural como o mensário modernista Klaxon (leia no quadro abaixo), O patriota, primeiro periódico dedicado exclusivamente ao conhecimento científico no Brasil, e o anuário RASM, do artista e arquiteto Flávio de Carvalho.
As publicações vêm do acervo do bibliófilo José Mindlin, que morreu em fevereiro, aos 95 anos. “São ao todo 845 títulos de revistas brasileiras”, diz o historiador da USP Pedro Puntoni, diretor da Brasiliana. Mindlin reuniu coleções completas como o Correio Braziliense (já no ar) e outras raridades. Até agora, há apenas oito coletâneas no site, mas ao menos dez outros títulos já foram digitalizados e só aguardam ajustes finais.
“A ideia é lançarmos uma coleção a cada 15 dias”, afirma Puntoni. Os periódicos mais recentes, porém, precisarão aguardar algumas décadas, quando seus direitos autorais se tornarem domínio público – a não ser que os responsáveis permitam o uso do material. O acesso às revistas vai facilitar tanto a pesquisa acadêmica e amadora como o restabelecimento de um vínculo entre o passado e o presente do jornalismo cultural. “A maioria das publicações culturais de hoje desconhece a tradição brasileira de revistas”, diz Puntoni. “As soluções gráficas e de texto podem inspirar os produtores atuais ou, no mínimo, gerar reflexão.”
É o mesmo tipo de impacto positivo que deve causar a digitalização do acervo da Companhia Cinematográfica Vera Cruz, um dos estúdios mais importantes do cinema brasileiro, que há 33 anos lançou seu último longa. No site elocompany.com.br, já é possível assistir, por streaming (download em tempo real) e em boa definição, a 13 longas de ficção e a cinco documentários da Vera Cruz. Entre eles estão Sinhá Moça, filme de Tom Payne com os astros Eliane Lage e Anselmo Duarte, Grande Sertão: veredas, de Geraldo e Renato dos Santos Pereira e estrelado por Tony Ramos e Bruna Lombardi, e o documentário Painel, em que Lima Barreto registra o artista Cândido Portinari pintando sua obra Tiradentes.
O acesso ao acervo coincide com a volta das atividades da companhia. Há algumas semanas, iniciaram-se as filmagens do documentário LB Persona, sobre a realização de um dos filmes brasileiros mais premiados e conhecidos internacionalmente, O cangaceiro, de Lima Barreto. Ao todo, a Vera Cruz produziu e coproduziu 40 filmes. Eles deverão ir para a rede aos poucos.
Os melhores filmes da Vera Cruz, de graça
Mariana Shirai
Você não precisa esperar a programação da próxima mostra de cinema brasileira. De sua casa, já dá para assistir a alguns dos melhores filmes produzidos no país. Também dá para ler todas as novidades culturais da década de 20 – ou até antes. O acesso, pela internet, está sendo garantido por dois sites culturais, donos de grandes acervos.
Depois de colocar no ar a poesia completa de Vinícius de Moraes, a Brasiliana Digital liberou para o acesso gratuito e ilimitado os fac-símiles das principais revistas culturais brasileiras do século XIX e XX. Em brasiliana.usp.br é possível encontrar marcos da crítica cultural como o mensário modernista Klaxon (leia no quadro abaixo), O patriota, primeiro periódico dedicado exclusivamente ao conhecimento científico no Brasil, e o anuário RASM, do artista e arquiteto Flávio de Carvalho.
As publicações vêm do acervo do bibliófilo José Mindlin, que morreu em fevereiro, aos 95 anos. “São ao todo 845 títulos de revistas brasileiras”, diz o historiador da USP Pedro Puntoni, diretor da Brasiliana. Mindlin reuniu coleções completas como o Correio Braziliense (já no ar) e outras raridades. Até agora, há apenas oito coletâneas no site, mas ao menos dez outros títulos já foram digitalizados e só aguardam ajustes finais.
“A ideia é lançarmos uma coleção a cada 15 dias”, afirma Puntoni. Os periódicos mais recentes, porém, precisarão aguardar algumas décadas, quando seus direitos autorais se tornarem domínio público – a não ser que os responsáveis permitam o uso do material. O acesso às revistas vai facilitar tanto a pesquisa acadêmica e amadora como o restabelecimento de um vínculo entre o passado e o presente do jornalismo cultural. “A maioria das publicações culturais de hoje desconhece a tradição brasileira de revistas”, diz Puntoni. “As soluções gráficas e de texto podem inspirar os produtores atuais ou, no mínimo, gerar reflexão.”
É o mesmo tipo de impacto positivo que deve causar a digitalização do acervo da Companhia Cinematográfica Vera Cruz, um dos estúdios mais importantes do cinema brasileiro, que há 33 anos lançou seu último longa. No site elocompany.com.br, já é possível assistir, por streaming (download em tempo real) e em boa definição, a 13 longas de ficção e a cinco documentários da Vera Cruz. Entre eles estão Sinhá Moça, filme de Tom Payne com os astros Eliane Lage e Anselmo Duarte, Grande Sertão: veredas, de Geraldo e Renato dos Santos Pereira e estrelado por Tony Ramos e Bruna Lombardi, e o documentário Painel, em que Lima Barreto registra o artista Cândido Portinari pintando sua obra Tiradentes.
O acesso ao acervo coincide com a volta das atividades da companhia. Há algumas semanas, iniciaram-se as filmagens do documentário LB Persona, sobre a realização de um dos filmes brasileiros mais premiados e conhecidos internacionalmente, O cangaceiro, de Lima Barreto. Ao todo, a Vera Cruz produziu e coproduziu 40 filmes. Eles deverão ir para a rede aos poucos.