Ontem, o Partido Comunista Chinês anunciou o fim da política do Filho Único, ou da Gestação Única, trata-se de um marco e demonstração do sucesso e, ao mesmo tempo, da necessidade de revisão das medidas. A política foi criada para garantir o controle de natalidade, mesmo com muitas exceções, esbarrou em questões culturais, como a preferência por filhos homens, que produziu um grande desequilíbrio demográfico. Há muito mais homens do que mulheres na China.
Por que um filho homem? Em culturas agrárias da região, como as da China e as da Índia, o filho mais velho tem a responsabilidade de sustentar os pais na velhice, já as filhas, vão embora ao casarem. Casamentos por lá são patrilocais. Cabe ao filho, também, garantir a manutenção de uma linhagem, já que, nessas culturas, elas são patrilineares. As flexibilizações e as campanhas estatais de valorização das meninas, não funcionaram.