Nós nos acostumamos a imaginar Grécia e Roma como espaços dominados pelos branco, no máximo cinzento, do mármore, no entanto, pesquisas dos últimos vinte, ou pouco mais, anos, revelaram que o mundo clássico deveria ser multicolorido. O arqueólogo alemão Vinzenz Brinkmann dedica a vida a estudar as cores das esculturas clássicas. Segundo ele, "Todas as estátuas gregas e romanas de mármores que foram destruídas pela guerra (ataque persa à Acrópole de Atenas) ou erupção vulcânica (Pompeia, Herculano) têm conservados muitos traços de cores e ornamentos registrados pelos escavadores e ainda visíveis a olho nu" .
Os indícios da cor nas esculturas já tinham sido identificados no século XVIII, segundo o arqueólogo, mas, especialmente no século XX, optou-se por ignorar isso. Se os cientistas não comentavam, ou pouco falavam, o tema acabou ausente de livros didáticos e a ideia de antiguidade clássica cor de mármore se perpetuou na ficção (*cinema, quadrinhos, TV, games etc.*).
O uso do ultra-violeta revelou a presença de cores vivas e quentes como vermelho, amarelo, laranja, além do azul, do verde, entre outras. Uma das primeiras exposições confrontando a versão descolorida e a que deveria ser a original, ocorreu em 2007, em Atenas. Parece ainda surpreendente comparar a escultura sem cor e a colorida, mas é um exercício interessante. Quantas coisas ainda não sabemos? Quanto precisamos investigar e descobrir?